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ATÉ DEZEMBRO

Na mira do governo, casa de apostas salva Globo com acordo milionário para JN

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

William Bonner com uma gravata roxa no Jornal Nacional

William Bonner no Jornal Nacional: casa de apostas patrocina telejornal da Globo até dezembro

GABRIEL VAQUER, colunista

vaquer@noticiasdatv.com

Publicado em 26/9/2022 - 7h00

Na mira do governo federal por conta da falta de legalização, as casas de apostas aumentaram mais os investimentos em publicidade. O Jornal Nacional, da Globo, passou a ser patrocinado por uma delas. A Betano, uma das maiores casas do mundo, assinou um contrato milionário para expor a marca no principal telejornal do país.

A marca já aparece desde a semana passada no intervalo do jornalístico. Ao Notícias da TV, a Globo diz que o contrato é válido até dezembro deste ano. A Betano vai oferecer as edições de segunda, quarta e sexta do JN. O objetivo da empresa é aproveitar a grande audiência que o horário nobre da emissora terá durante o período da Copa do Mundo do Catar, a partir de novembro. 

A casa de apostas preferiu não dar detalhes sobre quanto pagou pelo investimento. A coluna apurou que o acordo entre Betano e Globo faz parte de uma nova prática do conglomerado de mídia, lançada no segundo semestre do ano passado, que vende cotas para programas de forma temporária. 

Nesse modelo, a empresa paga por mês um valor para expor sua marca em jornalísticos e novelas. No preço de tabela disponibilizado ao mercado publicitário, são R$ 15 milhões por cada 30 dias. Ou seja, a Betano pagaria até R$ 45 milhões durante os três meses.

Desde o fim do ano passado, o Jornal Nacional não tinha um patrocinador master oficial em suas edições. Em 2021, TikTok, Rexona e Mercado Pago foram os anunciantes do telejornal em períodos diferentes e pagaram valores semelhantes em relação ao que a Betano desembolsou para estar neste ano. 

Casa de apostas no JN é legal?

No mês passado, clubes de futebol, federações e a Globo foram notificadas pelo MJ-SP (Ministério da Justiça e Segurança Pública de São Paulo) pelos contratos de publicidade e patrocínio mantidos com empresas que exploram serviços de apostas esportivas. A notificação foi enviada em 30 de agosto para 54 entidades.

Todas elas tiveram dez dias úteis para responder. A iniciativa foi da Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), que pretende apurar quais empresas formalizaram os contratos com os clubes, sendo que a maioria possui sede fora do Brasil. 

As chamadas apostas esportivas foram criadas pela Lei Federal 13.756/18. Nessa modalidade lotérica, o apostador tenta prever o resultado de jogos de futebol, os placares, o número de cartões aplicados, entre outros. Porém, diferentemente de outras loterias, no momento da aposta, o consumidor já sabe o quanto poderá ganhar em caso de acerto, por meio de um multiplicador (a quota fixa) do valor apostado.

Porém, a lei que criou as AQFs ainda não foi regulamentada e, por isso, a Senacon entende que a atividade pode estar sendo explorada sem a devida autorização e sem qualquer mecanismo de controle, fiscalização ou prestação de contas.

Procurada pelo Notícias da TV, a Betano diz estar tranquila sobre o assunto. "A Betano, assim como outros operadores internacionais, acompanha o tema sobre a regulamentação das apostas esportivas no Brasil e está disposta a contribuir com evolução positiva do mercado, que tem grande potencial no país".

Já a Globo afirma que não há ilegalidade: "É importante reiterar que as veiculações de campanhas de todos os nossos anunciantes respeitam as orientações do Manual de Práticas Comerciais da Globo, que consolida as melhores práticas, normas legais e éticas do mercado publicitário e atende às normas de autorregulamentação adotadas pelo Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) e pelo CENP (Conselho Executivo das Normas-Padrão)".


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