AUTORA
ALEX CARVALHO/TV GLOBO
Licia Manzo em foto de divulgação da Globo; autora não terá contrato renovado com a emissora
Após 32 anos, Licia Manzo não terá o contrato fixo renovado com a Globo. O projeto de uma novela das seis da autora foi cancelado no ano passado, e ela também decepcionou em sua estreia na faixa das nove. Um Lugar ao Sol (2021) ainda amarga o título de maior fracasso de audiência de um folhetim do horário nobre.
A dispensa da escritora foi confirmada pela coluna Play, do jornal O Globo. O Notícias da TV já havia adiantado que o vínculo de Licia com a emissora seria encerrado.
A dramaturga estreou na emissora em 1992, como redatora de Os Trapalhões (1977-1995). Ela já tinha participado da Oficina de Autores da Globo, na qual acabou reprovada na época.
Licia foi roteirista dos humorísticos Sai de Baixo (1996-2002) e A Diarista (2004-2007), além dos quadros Retrato Falado (2001) e Papo Irado (2002-2003) no Fantástico. Também trabalhou como colaboradora na temporada de 2003 de Malhação (1995-2020) e na novela Três Irmãs (2008).
Como autora titular, escreveu a série Tudo Novo de Novo (2009) e as novelas A Vida da Gente (2011), Sete Vidas (2015) e Um Lugar ao Sol.
A escritora até teve aprovada a sinopse de O País de Alice, mas o projeto acabou cancelado pouco tempo depois. A trama substituiria Elas por Elas (2023) na faixa das seis e estava em pré-produção quando foi descontinuada.
Nos bastidores, a proposta de Lícia foi considerada muito "elitista" e de difícil compreensão para o público que consome TV aberta. O fracasso de Um Lugar ao Sol deixou a alta cúpula com receio de apostar novamente em uma novela que não tem os elementos mais popularescos que Amauri Soares quer.
A autora é conhecida entre os colegas por ter um texto com diálogos longos, personagens mais complexos que requerem uma estética elaborada. Tudo que a emissora não precisa no momento.
Nos últimos anos, a Globo também dispensou autores como Maria Adelaide Amaral, Elizabeth Jhin, Cao Hamburger, Vincent Villari, Patrícia Moretzsohn, Paulo Halm, Alessandro Marson e Thereza Falcão.
O fim da política de contratos fixos faz com que a emissora diminua a folha de pagamento e evite que funcionários recebam salários sem estar trabalhando.
Entretanto, o encerramento do vínculo não impede que o autor escreva outros projetos para a emissora futuramente, mas, desta vez, sob o regime de contrato por obra. São os casos de Aguinaldo Silva e Izabel de Oliveira, que tiveram o retorno à Globo confirmado anos após o fim do contrato fixo.
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