REPRISES NÃO REMUNERADAS
FOTOS: REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Léo Rosa exibe sua saúde e disposição nas redes sociais após ficar debilitado por conta da quimioterapia
gabriel.perline@noticiasdatv.com
Publicado em 21/9/2020 - 7h20
Atualizado em 21/9/2020 - 14h52
Léo Rosa cansou de contar com a boa vontade da Record e agora decidiu cobrar publicamente a emissora pelo não pagamento dos cachês que deveria ter recebido pelas reprises das novelas em que atuou. O ator, que luta contra um câncer há três anos, está sem trabalho e tem contado com a ajuda de amigos e fãs para sobreviver durante a pandemia. A emissora nega a dívida.
"Eles [Record] são mestres em ludibriar. Olha a situação que eu estou vivendo: pedindo dinheiro na internet para conseguir viver. Não tenho mais diálogo nessa empresa. Pague o que me deve. Se for necessário, eu vou pro pau. Se fazem isso comigo é porque eles fazem com outros atores. Tem gente passando necessidade, e eles não pagam", disse ao Notícias da TV.
O ator é grato à emissora, que projetou sua carreira e o escalou para diversos papéis de destaque ao longo dos 11 anos em que trabalhou por lá. Fez grandes amigos e tece inúmeros elogios a autores e diretores com quem trabalhou. Mas a gestão da Record é o que o incomoda.
Sempre que há uma novela em reprise, é ele quem tem que procurar a emissora e pedir pelo pagamento dos cachês. Atualmente, está no ar em Escrava Mãe (2016), e diz ter em torno de R$ 20 mil a receber, mas todas as vezes em que busca respostas o empurram de setor em setor, e nunca encontra os responsáveis.
"Estou cansado dessa relação com a Record. Tenho novela no ar e, pelo contrato, eu tenho que receber depois de 90 dias. Não estou recebendo. Quero meus direitos, sou um cidadão brasileiro, tenho meus impostos para pagar. Botam meu talento no ar e não me pagam. Já busquei respostas, mas sempre dizem que mudou o telefone de quem cuida dos pagamentos. São mestres em ludibriar", desabafa.
Em nota ao Notícias da TV, a Record alega que "a emissora está rigorosamente em dia com o pagamento de direitos conexos". Leia abaixo o posicionamento:
"Sobre a nota publicada hoje (21/9), a Record TV esclarece que, além de não ter sido procurada, a emissora está rigorosamente em dia com o pagamento de direitos conexos. Os contratos determinam que os pagamentos comecem a ser feitos 90 dias após o início da exibição das novelas. O prazo inclusive é citado na reportagem."
"A nota aponta a novela Escrava Mãe sem colocar a data de estreia da reexibição que é 18/8/2020. Sendo assim, contratualmente os pagamentos se iniciam após 90 dias, ou seja, em 16/11/2020. Todos os profissionais têm as cópias de contrato que provam que os pagamentos neste prazo são comuns em todas as emissoras."
Após quatro anos sem atuar em novelas, Leo fez sua estreia como ator profissional na Globo em janeiro, com uma participação em Amor de Mãe a convite da autora Manuela Dias, amiga de longa data. "Não podia dizer não. Nem perguntei o que era o personagem e aceitei na hora", afirma ele, que fez figuração em diversas produções da emissora até ser escalado pela Record para protagonizar Vidas Opostas (2006).
A pausa na carreira não foi opcional. Em 2017, logo após concluir a gravação de sua participação na série O Mecanismo, da Netflix, ele descobriu um câncer testicular, que mais tarde acabou se espalhando pelo corpo e resultou em metástase. Passou por quase 30 sessões de quimioterapia e contou com a ajuda de amigos e fãs para iniciar uma terapia alternativa, que o ajudou a se recuperar. Hoje, ele diz estar na melhor fase de sua vida.
"A cura relacionada a câncer só pode ser falada através da remissão. E ela só pode ser dada a alguém depois de cinco anos sem apresentação de imagens em seus exames. A última vez que fiz exames foi há seis meses e saíram normais. Significa que não há atividade tumoral no meu corpo. Mas existe um resquício de uma massa morta que não tenho como tirar", explica.
Com a ajuda de uma equipe médica que inclui profissionais de outros países, ele hoje é adepto da Terapia Gerson, baseada nas teorias do médico alemão Max Gerson (1881-1959), que prega a cura de doenças como o câncer por meio de uma alimentação 100% natural e rica em potássio.
"Minha alimentação é totalmente orgânica e vegana. Não uso absolutamente nada industrializado. Se eu quero comer uma tapioca, tenho que comprar a mandioca, ralar e fazer a massa. É muito trabalhoso. Dedico muito do meu tempo à minha alimentação", comenta.
Desde que encerrou o tratamento químico contra a doença, ele diz ter melhorado sua condição física e que agora não há empecilhos para retomar a carreira. "Tenho um filme que já foi gravado para ser lançado e também vou voltar a produzir para o teatro. Mas estou aberto para a TV e quero novas oportunidades. Meu corpo está forte. Tenho disposição e disponibilidade para voltar", afirma.
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