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JORGE SERRÃO

Jovem Pan demite jornalista que viu 'fantasma' na quebradeira de 8 de janeiro

Reprodução/Jovem Pan News

Jorge Serrão tem a cara emburrada no cenário do 3 em 1, da Jovem Pan News

Jorge Serrão era comentarista do 3 em 1, mas foi demitido da Jovem Pan assim que voltou de férias

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 26/4/2023 - 11h50

A Jovem Pan demitiu o comentarista Jorge Serrão, que atuava no programa 3 em 1, após o jornalista confundir a bandeira do Rio Grande do Sul com a do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e compartilhar em suas redes sociais que o grupo associado à esquerda e ao presidente Lula teria participado da quebradeira bolsonarista de 8 de janeiro.

"Pergunta para a CPMI fazer: O que esse 'patriota' estaria fazendo com a bandeira do MST na mão, dentro do Palácio do Planalto, durante a invasão com depredação do 8 de janeiro?", questionou Serrão em seu Twitter na segunda-feira (24).

A postagem rapidamente virou alvo de piadas na internet, já que as bandeiras do MST e do Rio Grande do Sul são bastante diferentes --a gaúcha é verde, vermelha e amarela, enquanto a dos trabalhadores rurais é totalmente rubra. "Bem-vindo ao fascismo daltônico", ironizou o comediante Marcelo Adnet.

O próprio Twitter desmentiu a publicação do jornalista com seu serviço de verificação de informações. "É falso que seja a bandeira do MST. A bandeira que o homem segura na imagem é do Estado do Rio Grande do Sul", informou a plataforma na mensagem do agora ex-comentarista da Jovem Pan.

Exatos 26 minutos após a primeira postagem, Serrão mudou o discurso. "Parece que a bandeira é a do Rio Grande do Sul, e não a do MST", escreveu ele, que manteve o post com informação falsa no ar.

Na sequência, tripudiou dos internautas que o corrigiram. "Petralhinhas ficaram nervosos com postagens anteriores sobre suposta bandeira do MST na mão de invasor do Planalto. Calma, turminha. Não soltem a franga antes da CPMI. A baderna foi armada. Por quem? A apuração revelará. Ou não... Aqui reina a impunidade!", zombou.

Serrão estava afastado do vídeo desde o início de março e voltou de férias na própria segunda-feira, mas sequer chegou a aparecer no ar. Foi informado de que seria desligado por compartilhar fake news. A demissão foi noticiada em primeira mão por Lívia Carvalho, do portal IG, e confirmada pelo Notícias da TV com a assessoria de imprensa do canal de notícias.

A reportagem apurou com fontes nos bastidores que, apesar de o canal de notícias estar associado à direita e de o programa 3 em 1 ser visto como um palanque para bolsonaristas, diretores da Jovem Pan News não vão aceitar que seus profissionais espalhem mentiras, mesmo em suas redes sociais --afinal, eles representam a empresa também no ambiente virtual. Quem quiser atacar o governo Lula ou defender o ex-presidente Jair Bolsonaro precisará apresentar provas concretas.

Coincidentemente (ou não), na semana passada, a Fox News fechou um acordo no qual precisará pagar US$ 787 milhões (R$ 4 bilhões) à empresa de votação eletrônica Dominion. O canal de notícias de direita, maior defensor de Donald Trump, divulgou uma série de informações falsas que questionavam a legitimidade das eleições norte-americanas. O âncora Tucker Carlson, ícone do trumpismo e um dos maiores propagandistas de fake news, foi demitido na segunda-feira (24) em meio ao imbróglio jurídico.


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