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NO LIMITE

Há 20 anos, primeiro reality do Brasil teve processo, racismo e dieta terrível

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

O apresentador Zeca Camargo numa paisagem de praia, segura mandala do programa No Limite, em 2000

Zeca Camargo foi o apresentador do No Limite, considerado o primeiro reality show brasileiro

REDAÇÃO

Publicado em 2/7/2020 - 7h01

No mês de julho do ano 2000, a televisão brasileira teve um marco: a estreia do No Limite, considerado o primeiro reality show nacional. O programa, apresentado por Zeca Camargo, levou participantes a situações extremas, como sobrevivência na natureza e dieta com comidas absurdas. Polêmicas com preconceito em realities também já existem desde então.

O No Limite e o início dos reality shows no Brasil são os assuntos principais do novo podcast do Notícias da TV, chamado O Brasil Tá Vendo. Nos programas semanais, os jornalistas Fernanda Lopes, Gabriel Perline e Erick Matheus Nery conversam e trazem novidades, curiosidades e bastidores sobre o universo dos realities na TV e nas plataformas de streaming.

Como primeiro reality show brasileiro, o No Limite também foi escolhido para inaugurar o podcast. O programa foi ao ar pela primeira vez em 23 de julho de 2000, com formato bem parecido com o americano Survivor (que havia estreado menos de dois meses antes).

Ainda que tivesse toda uma identidade nacional, para Mark Burnett, criador do formato do Survivor, o que a Globo fez foi uma cópia. O caso foi para a Justiça, e a Globo teve de pagar uma licença ao Survivor. Só em 2009 a situação se encerrou, quando a emissora comprou os direitos para explorar o formato.

Na dinâmica do No Limite, participantes eram divididos em tribos e precisavam batalhar por suas sobrevivências em locais inóspitos e passar por provas físicas extenuantes ou mesmo completamente inesperadas. Uma das cenas que mexeu com o país foi quando os competidores tiveram de comer olhos de cabra.

As cenas dos participantes comendo a iguaria, muito incomum e nojenta, tiveram grande repercussão na mídia. Por essas e outras provas, grupos de sociólogos e psicólogos até classificaram o programa como irresponsável, sádico e fútil.

Polêmicas

Assuntos controversos como racismo, machismo e gordofobia, que foram muito abordados no BBB20, por exemplo, já apareciam em reality shows desde o No Limite. Um dos participantes era Paulo César Martins, morador da Rocinha, no Rio de Janeiro. Ele foi chamado por Marcus Ferreira, morador da Lagoa, área nobre do Rio, de "crioulo".

Martins se sentiu ofendido, e entidades de direitos humanos o incentivaram a entrar com uma ação civil pública contra o competidor por danos morais e racismo, mas os rivais acabaram apenas selando a paz em um encontro no Domingão do Faustão. Ao longo do programa, Marcus também revoltou parte do público ao apelidar duas galinhas pretas com os nomes de dois participantes negros do No Limite.

O mesmo Marcus ainda se envolveu em mais polêmicas. Foi acusado de machismo ao insinuar que era paquerado por Patrícia Diniz, a Pipa --mas a participante era casada. Ele também chamou a participante Hilca Maria de gorda logo no início.

A gordofobia se manifestou também com Elaine de Melo. A participante nunca foi vista como favorita por estar acima do peso. Ainda assim, foi ela quem venceu a primeira edição do No Limite.

Para saber mais sobre essas e outras curiosidades de reality shows, acompanhe o podcast O Brasil Tá Vendo. Você pode ouvir o primeiro episódio pelo link abaixo ou pelas plataformas Deezer e Spotify:

Ouça "#1 - No Limite, os primórdios e a evolução dos reality shows no Brasil" no Spreaker.

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