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REVOLUCIONOU A TV

Pai dos reality shows, Survivor abriu portas há 20 anos para BBB e The Voice

Divulgação/CBS/Paley Center

Os participantes Richard Hatch, Kelly Wiglesworth e Rudy Boesch se apoiam em totem de madeira em prova da primeira temporada de Survivor

Richard Hatch, Kelly Wiglesworth e Rudy Boesch, finalistas do primeiro Survivor, em prova decisiva

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 31/5/2020 - 7h00

Antes de a TV ser dominada por BBB, A Fazenda, The Voice, MasterChef e afins, houve um tempo em que reality shows eram raridades. Tudo mudou em 31 de maio de 2000, com a estreia de Survivor. O programa que colocava um grupo de estranhos para sobreviver em lugares inóspitos abriu portas para o gênero e mudou o entretenimento para sempre.

Nos Estados Unidos, até existiam alguns realities antes da estreia do formato que revolucionou a TV. Mas eles não tinham a pegada de competição implantada por Survivor --e, pouco mais de um mês depois, pelo Big Brother.

Até então, um reality estava mais para documentário do que para show. Servia para observar pessoas reais em seu cotidiano --caso do pioneiro An American Family (1973), que pretendia mostrar a vida da família Loud e acabou registrando o divórcio dos pais e a saída do armário do primogênito, Lance.

Na década de 1990, coube à MTV dar uma apimentada nas séries documentais ao lançar o Real World (1992-2019, chamado no Brasil de Na Real), reality que reunia jovens festeiros em uma casa durante meses. Álcool, sexo e muita confusão, além da edição espertinha, digna de videoclipe, mudaram a linguagem do gênero.

No Real World, os participantes passaram a ser chamados pela produção para dar seus depoimentos sobre algo que havia ocorrido com eles, e isso era intercalado à narrativa --como fazem atualmente MasterChef e De Férias com o Ex, por exemplo.

reprodução/cbs

O apresentador Jeff Probst prepara os participantes do primeiro Survivor para comer insetos

Mas o pulo do gato que mudou para sempre a TV norte-americana --e, na sequência, a brasileira-- ocorreu na Europa. Mais especificamente, na Suécia e na Holanda. Na primeira, surgiu em 1997 o Expedition Robinson, que se transformaria em Survivor e No Limite. Na segunda, o Big Brother daria as caras em setembro de 1999 e iniciaria seu controle mundial --exatamente como no livro 1984, de onde saiu seu nome.

Como, evidentemente, as TVs sueca e holandesa não têm o mesmo alcance da americana, os formatos só foram se tornar mundialmente conhecidos em 2000, quando a CBS estreou os dois programas. No Brasil, o Survivor foi livremente adaptado como No Limite, que estreou em julho de 2000. O BBB despertou o desejo do público de espiar a vida alheia um ano e meio depois --e segue no ar até hoje.

Assim como ocorreu no Brasil, que parou para ver a vitória da paulistana Elaine de Melo, o Survivor virou um fenômeno nos Estados Unidos logo de cara, e o boca a boca fez a audiência crescer ainda mais a cada episódio, a ponto de registrar 51 milhões de espectadores no final da primeira temporada.

O formato, inovador para a época, hoje é visto (de maneira adaptada) em dezenas de outros realities. Dezesseis competidores, com idades e profissões muito distintas, foram levados para a ilha de Bornéu, divididos em duas tribos, que competiam entre si. O grupo que perdesse a prova de imunidade precisava eliminar um dos seus. Depois, era cada um por si e, no fim, um sobrevivente ganhava US$ 1 milhão.

De lá para cá, foram produzidas nada menos do que 40 temporadas de Survivor --a mais recente chegou ao fim em 13 de maio. Em tempos de concorrência com serviços de streaming e canais pagos, a audiência não é a mais a mesma: a decisão do 40º ano foi vista por 7,9 milhões de espectadores. Mas é inegável a importância do reality para a história da televisão.

Graças ao sucesso de Survivor, surgiram competições como American Idol, The X Factor, The Biggest Loser, Got Talent, America's Next Top Model, MasterChef, Dancing with the Stars, Project Runway, Wife Swap, The Bachelor e The Amazing Race, todos eles com versões produzidas também no Brasil.

São programas, afinal, mais baratos de fazer do que uma série roteirizada, com mais oportunidade de faturar e que geram um engajamento maior do público --basta ver os 1,5 bilhão de votos recebidos em um paredão do última edição do BBB.


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