CONFLITO SEGUE
REPRODUÇÃO/RECORD E GLOBOPLAY
Roberto Cabrini na Ucrânia e Rodrigo Carvalho na Polônia; jornalistas revelam bastidores da TV
A Guerra na Ucrânia completa 100 dias nesta sexta-feira (3) e, ao longo dos últimos meses, jornalistas brasileiros foram até a região e acompanharam os desdobramentos do conflito. Além das dificuldades logísticas, os profissionais testemunharam o cenário de caos em meio à destruição e ao constante estado de alerta dos moradores.
"É sempre difícil registrar tanta destruição e histórias de perdas e separações de famílias. Outro desafio é filtrar fatos das ações de propaganda de cada lado. A boa notícia é que a internet, até aqui, nunca deixou de funcionar bem", explica Roberto Cabrini ao Notícias da TV.
O jornalista da Record afirma que a sua experiência em outras coberturas de guerra, como os conflitos no Afeganistão, o moldaram para a atuação em cenários de caos. "[Essas coberturas] Trazem experiência no preparo logístico e psicológico, fundamentais em um trabalho como esse. Cada guerra tem, é claro, suas peculiaridades e desafios específicos".
"Na Ucrânia, precisamos lidar com o frio intenso, especialmente nas primeiras semanas, além das dificuldades de locomoção e alimentação incerta em alguns momentos. E também as noites mal dormidas em Kiev [capital da Ucrânia], repletas de sirenes de alerta de ataques aéreos, as explosões dos mísseis, foguetes e toques de recolher que, nos períodos mais críticos, duravam até 35 horas", recorda o veterano.
Correspondente da Globo na Europa, Rodrigo Carvalho cobriu o conflito na Polônia, país que faz fronteira com a Ucrânia e que recebeu milhões de refugiados.
Algumas pessoas chegavam esgotadas, precisando de atendimento médico. Outras, sorriam e se abraçavam --afinal, deixar uma guerra é um alívio imenso.
"Ter passado um mês na Polônia acompanhando a crise de refugiados e ter viva a memória de tudo que vimos e ouvimos lá me ajuda hoje a continuar cobrindo a guerra à distância. Vimos de perto um dos efeitos mais devastadores de um conflito. É muito importante ter isso em mente ao escrever as reportagens", complementa Carvalho.
De volta a Londres, o correspondente segue na cobertura do conflito e confessa que algumas cenas desse trabalho estão registradas para sempre na sua memória. "Vimos uma realidade muito marcante e triste. Era tudo muito forte, especialmente nos primeiros dias. De chorar mesmo", detalha.
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