'Cerceamento da liberdade'
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Flávio Fachel no Jornal Nacional deste sábado (5); Globo vai recorrer em decisão da Justiça
REDAÇÃO
Publicado em 5/9/2020 - 21h19
Atualizado em 5/9/2020 - 21h37
A Globo informou que vai recorrer da proibição de mostrar documentos ou peças relacionadas às investigações de um suposto esquema de "rachadinha" na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). O jornalista Flávio Fachel leu o posicionamento da emissora no Jornal Nacional deste sábado (5). A decisão da Justiça foi feita a pedido do senador Flávio Bolsonaro na sexta-feira (4).
"A pedido do senador Flávio Bolsonaro, a juíza Cristina Serra Feijó, da 33ª Vara Cível do Rio de Janeiro, proibiu a Globo de divulgar informações e documentos sigilosos extraídos da investigação criminal no escândalo da rachadinha, que envolve o senador", afirmou Fachel.
"A Globo respeita ordens judiciais, mas lamenta esse cerceamento da liberdade de informação, uma vez que a investigação em questão é do interesse de toda a sociedade. A Globo recorrerá da decisão assim que for notificada", informou ele.
"Essa semana o grupo de atuação especializada no combate a corrupção do Ministério Público do Rio divulgou nota informando que concluiu as investigações e encaminhou o caso ao procurador geral da Justiça, Eduardo Gussem", explicou Ana Luiza Guimarães.
"As investigações foram abertas em julho de 2018. Para os investigadores, o ex-assessor Fabrício Queiroz era o operador de um esquema de lavagem de dinheiro chefiado por Flávio Bolsonaro", continuou Fachel.
Em seguida, Ana Luiza Guimarães e Flávio Fachel leram algumas notas das entidades que repudiaram a atitude da juíza, como as da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Nacional de Jornais (ANJ) que caracterizaram como censura a decisão.
O jornalista ainda informou que o senador fez uma postagem sobre a proibição. "Em uma rede social, Flávio Bolsonaro comemorou a decisão e diz que não tem nada a esconder", finalizou o âncora.
Na sexta-feira (4), a juíza Cristina Serra Feijó acatou uma petição da defesa do filho de Jair Bolsonaro e determinou que a Globo não pode mostrar documentos sobre os desdobramentos das investigações do Ministério Público sobre o suposto esquema de "rachadinhas" na Alerj. A justificativa é de que o caso corre em segredo de Justiça.
O Ministério Público apurou envolvimento de Flávio Bolsonaro e seu grupo em peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Por ser senador, o político ganhou foro especial, e o caso foi para a segunda instância. O político é suspeito da prática de "rachadinha", quando servidores públicos devolvem parte do salário ao parlamentar.
Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, é apontado pelo MP como operador financeiro do suposto esquema. A Globo noticiou a conclusão das investigações na segunda-feira, e a repórter Andréia Sadi informou no dia seguinte que o órgão vai discutir se denuncia ou arquiva as investigações.
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