PROIBIÇÃO NO JORNALISMO
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Flávio Bolsonaro e William Bonner: Justiça negou pedido da Globo contra decisão favorável ao senador
REDAÇÃO
Publicado em 16/9/2020 - 16h49
Após a Globo recorrer da proibição de mostrar documentos ou peças relacionadas às investigações de um suposto esquema de "rachadinha" na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), a Justiça do Rio de Janeiro manteve a decisão favorável ao senador Flávio Bolsonaro e negou o recurso solicitado pela emissora. A decisão saiu nesta quarta (16).
A Globo havia registrado na 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro um pedido de efeito suspensivo, mas o desembargador Fábio Dutra não acatou a petição por entender que não houve censura. A informação foi publicada em primeira mão pela coluna Radar, da revista Veja.
No último dia 4, a juíza Cristina Serra Feijó, da 33ª Vara Cível do Rio de Janeiro, acatou uma ação da defesa do filho de Jair Bolsonaro e determinou que a Globo não pode mostrar documentos sobre os desdobramentos das investigações do Ministério Público sobre o suposto esquema de "rachadinhas" na Alerj. A justificativa é de que o caso corre em segredo de Justiça.
"A Globo respeita ordens judiciais, mas lamenta esse cerceamento da liberdade de informação, uma vez que a investigação em questão é do interesse de toda a sociedade. A Globo recorrerá da decisão assim que for notificada", informou o âncora Flávio Fachel, que leu o posicionamento da emissora no Jornal Nacional em 5 de setembro.
Flávio Bolsonaro é suspeito da prática de "rachadinha" na época em que era deputado estadual, quando servidores públicos devolvem parte do salário ao parlamentar. O senador é investigado por suspeita de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro em seu gabinete na Alerj.
Entidades de imprensa, como as da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Nacional de Jornais (ANJ), caracterizaram como censura a decisão judicial contra a Globo.
Já Flávio Bolsonaro comemorou e atacou a emissora, com uma imagem de "Globo lixo" publicada em suas redes sociais em 4 de setembro. "Não tenho nada a esconder e expliquei tudo nos autos, mas as narrativas que parte da imprensa inventa para desgatar minha imagem e a do presidente Jair Bolsonaro são criminosas", escreveu o parlamentar.
"A juíza entendeu que isso é altamente lesivo à minha defesa. Querer atribuir a mim conduta ilícita, sem o devido processo legal, configura ofensa passível, inclusive, de reparação", disse ele.
Nesta terça (15), o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Felix Fischer, adiou o julgamento de um recurso da defesa de Flávio Bolsonaro, que pede para paralisar as investigações sobre o suposto esquema de "rachadinhas" na Alerj.
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