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MEMÓRIA DA TV

Globo cogitou Faustão, Falabella e até Fagundes para apresentar o primeiro BBB

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Miguel Falabella na bancada do Vídeo Show com camisa quadriculada cor de vinho

Miguel Falabella na bancada do Vídeo Show; artista foi citado nos bastidores para comandar o BBB1

THELL DE CASTRO

Publicado em 31/1/2021 - 6h45

Há exatamente 19 anos, em 29 de janeiro de 2002, a Globo estreava a primeira edição do Big Brother Brasil. Mas antes de chegar na dupla de apresentadores, formada por Pedro Bial e Marisa Orth, a emissora penou para encontrar quem comandasse o reality show.

Um mês antes, a emissora anunciou que realizaria o primeiro Big Brother Brasil. A Globo queria dar uma resposta rápida para o SBT, que exibia com grande sucesso a Casa dos Artistas, formato clonado do BBB, e preparava a segunda edição da atração.

A Globo pretendia estrear o BBB1 somente em abril de 2002, mas antecipou o início da trajetória para janeiro justamente por conta do plágio do canal de Silvio Santos --cogitou-se a participação de artistas e famosos no elenco, mas a ideia foi descartada para seguir o padrão internacional da atração, criada na Holanda.

Enquanto os dias passavam, os dirigentes quebravam a cabeça para encontrar um apresentador. Na metade de dezembro, ocorreu uma importante mudança: a Globo trocou o diretor artístico do reality, saindo Luis Gleiser, que desde abril se dedicava ao projeto, e entrando J.B. de Oliveira, o Boninho, que havia dirigido a primeira e a terceira edições do No Limite, primeiro programa do gênero exibido pela emissora.

"Boninho foi 'intimado' a dirigir o Big Brother porque a Globo atribui a ele os acertos de No Limite. Para a emissora, o segundo No Limite, sem Boninho, não emplacou porque não foi bem dirigido e editado", explicou Daniel Castro na Folha de S.Paulo de 14 de dezembro daquele ano.

Antonio Fagundes era o favorito

No dia 16 de dezembro, o Jornal do Brasil disse que, durante um tempo, o favorito para comandar o programa era o ator Antonio Fagundes, que vinha da novela Porto dos Milagres. Ele já havia apresentado, com êxito, o Você Decide, no início dos anos 1990.

Depois que Fagundes foi descartado, outro nome estudado foi o de Zeca Camargo, que comandava o No Limite. Mas, de acordo com o jornal, a então diretora-geral da Globo, Marluce Dias da Silva, era contra.

No mesmo dia, o jornal O Estado de S. Paulo disse que, entre as mulheres, as favoritas eram as atrizes Marisa Orth e Cissa Guimarães.

Em 22 de janeiro, o impasse continuava. "[Boninho] ainda não encontrou alguém com a projeção e o savoir faire de Silvio Santos para interagir com os reclusos. Pelo que se ouve, Fausto Silva, que seria perfeito, foi descartado porque a casa não está satisfeita com seus níveis de audiência. Mais uma razão para dar-lhe algo diferente para fazer", escreveu César Giobbi.

"Depois, pensaram em Antonio Fagundes, mas logo concluíram que o perfil do ator não tem nada a ver com esta chanchada voyeurística. Tiraram do colete o nome de Miguel Falabella. De fato, Falabella seria uma boa escolha. Mas, consultado ontem, declarou que não terá nada a ver com o BBB. Só quer saber de seu projeto com Cláudia Gimenez, que foi aprovado", completou.

Dupla definida, mas por pouco tempo

No dia 24 de janeiro, a apenas cinco dias da estreia, enfim veio o anúncio: Pedro Bial seria o âncora do programa, com a companhia de uma mulher, que ainda seria anunciada. No dia seguinte, foi confirmado o nome de Marisa Orth.

A dupla não funcionou na prática. Ainda pegando o jeito, eles não se entrosaram, e a atriz recebeu muitas críticas. Após algumas gafes, como anunciar que um participante, Caetano, já estava no paredão antes mesmo da indicação do líder e da votação dos demais integrantes da casa, Orth foi deslocada para um quadro de entrevistas, até que sumiu definitivamente do reality.

Pedro Bial acabou se tornando a cara do BBB no país e é lembrado até hoje pelo público. Ele deixou o comando do programa em 2016, após o BBB16, passando o bastão para Tiago Leifert, que segue como titular.


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