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Gil Gomes, ícone do jornalismo policial, morre após lutar 18 anos contra Parkinson

Divulgação/SBT

Gil Gomes durante participação especial que fez no Domingo Legal em agosto de 2016 - Divulgação/SBT

Gil Gomes durante participação especial que fez no Domingo Legal em agosto de 2016

REDAÇÃO

Publicado em 16/10/2018 - 11h03

Morreu na manhã desta terça-feira (16), aos 78 anos, o repórter de TV e radialista Candido Gil Gomes Junior. De acordo com a filha Vilma Gil Gomes, ele estava internado no Hospital São Paulo e teve reações no fígado devido aos medicamentos que vinha tomando. Um dos maiores nomes da imprensa policial, Gomes era portador da doença de Parkinson havia 18 anos e se afastou da TV para cuidar do problema.

Segundo Vilma, Gil Gomes será velado no Obelisco do Ibirapuera, já que o pai do radialista, Candido Gil Gomes, foi combatente da Revolução de 1932. Ele será enterrado na quinta-feira (18) no cemitério Vila Rio, em Guarulhos.

Destaque no rádio e na televisão, Gil Gomes passou mal na casa de sua filha na noite de segunda (15). Foi socorrido e levado ao hospital, mas não resistiu.

Nos últimos anos, Gomes já estava bastante debilitado e dependente da família. Ele apresentava sintomas muito fortes do Parkinson, como dificuldade para falar e tremores constantes nas mãos.

Em 2016, Gomes chegou a voltar à TV, participando como comentarista do programa Boa Noite Bom Dia, que ia ao ar de madrugada na RedeTV! e na Gazeta. "A impressão que eu tenho é de que estou renascendo. Vou dar de tudo, tudo, tudo para que dê certo. Agora tenho certeza de que vou trabalhar até morrer", disse, na época, em entrevista ao Notícias da TV.

Segundo Vilma, a última participação do jornalista na televisão foi em propagandas de uma rede de farmácias, há alguns meses.

"Ele estava aposentado", contou. "Foi tudo muito rápido e só temos a agradecer o carinho e os telefonemas de pessoas ligadas à TV, à polícia, delegados, advogados. Ele realmente era muito querido e tinha muitos amigos."

reprodução/SBT

Gil Gomes em seu auge na TV, como repórter policial do programa Aqui Agora, no SBT

Trajetória de sucesso
Gomes, que curiosamente sofria de gagueira na juventude, começou a carreira no rádio nos anos 1960. Ele imitava locutores esportivos para tentar acabar com o problema na fala e, por acaso, descobriu assim sua vocação. No rádio, cravou o bordão "Gil Gomes lhes diz: bom dia".

Após se destacar em programas de rádio, Gomes se consagrou nacionalmente no SBT na década de 1990, quando fez reportagens para o Aqui Agora (1991-1997). No programa jornalístico, ele ficou famoso pela dramatização que empregava para narrar crimes.

Os gestos que fazia com as mãos e sua voz singular ficaram marcados na história da TV e são imitados até hoje. "Me dá muito orgulho ser imitado, ser lembrado", ele disse, em 2016.

Quando o Aqui Agora saiu do ar, Gil Gomes chegou a ser repórter do Mulheres, na Gazeta, em 1998, e a interpretar um professor no humorístico Escola do Barulho, da Record, em 1999. Seu último programa policial foi o Repórter Cidadão, que apresentou na RedeTV! até 2005.

Gomes deixa quatro filhos e nove netos. Separado, teve dois casamentos. O primeiro com Ana Vitória, e o segundo com Eliana Izzo.

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