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REVOLTADO

Galvão se revolta com bagunça em Brasil x Argentina: 'Vergonha do futebol mundial'

REPRODUÇÃO/GLOBO

Galvão Bueno com uma blusa azul e calça marrom, no estúdio da Globo em São Paulo, na transmissão de Brasil x Argentina nas Eliminatórias da Globo

Galvão Bueno em Brasil x Argentina: ele se irritou com vergonha no clássico pelas Eliminatórias

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 5/9/2021 - 16h29
Atualizado em 5/9/2021 - 17h11

O narrador Galvão Bueno demonstrou irritação com a situação da partida entre Brasil e Argentina após saber que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) atuaram nos bastidores para liberar que jogadores argentinos, que passaram nos últimos 14 dias pelo Reino Unido, não cumprissem a devida quarentena exigida no Brasil e entrassem em campo. "Foram irresponsáveis. É uma vergonha mundial", bradou o locutor.

O desabafo começou neste domingo (5), antes do início da partida entre os rivais sul-americanos pela Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022. Pelo protocolo sanitário, pela Inglaterra fazer parte de uma zona "vermelha", considerada de alto risco, quem entra no Brasil após ter passado recentemente por lá precisa fazer uma quarentena de 14 dias antes de poder circular livremente.

Emiliano Martinez, Emiliano Buendia, Giovani Lo Celso e Cristian Romero não disseram para as autoridades nacionais que passaram pelo país nas últimas duas semanas --eles jogam em clubes do Campeonato Inglês. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pediu que os atletas fossem deportados. Mas o governo federal negou, atendendo aos pedidos da Conmebol e da CBF. O jogo, posteriormente, foi cancelado. 

Galvão Bueno ficou revoltado com a liberação e disse que o governo federal colocou em risco o povo brasileiro pela quebra de protocolo para a entrada no Brasil.

"Se existe um protocolo para entrar no Brasil, por que eles não tiveram que cumprir? Claudinho e Malcom do Zenit, da Rússia, foram chamados de volta porque eles perderiam jogos da Champions League. E eles são liberados? O governo brasileiro, irresponsavelmente, permitiu isto. Foram irresponsáveis", contou o narrador.

"Eu queria ver se fosse na Argentina se poderíamos fazer isso lá", concordou o comentarista e ex-jogador Júnior. Galvão, porém, deu parabéns para quem negou que 10 mil pessoas assistissem a partida na Neo Química Arena --somente 1.500 convidados foram aceitos. "Isso eu dou parabéns", elogiou.

Quando o jogo começou, uma surpresa: aos cinco minutos do primeiro tempo, a Anvisa e a Polícia Federal interromperam a partida para retirar os jogadores de campo pela ilegalidade. Galvão Bueno ficou ainda mais revoltado com a bagunça. 

"É uma vergonha mundial. É o maior clássico do mundo e estamos mostrando isso para todo o Brasil. Tudo culpa de uma CBF sem comando nenhum. Que autoridade do governo deu essa autorização e passou por cima da Anvisa?", gritou o narrador.  

Durante a paralisação da partida, Galvão Bueno conversou com Antônio Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa. O executivo confirmou que a posição da agência é irredutível e que os quatro jogadores precisam ser deportados do Brasil. Galvão, posteriormente, deixou claro que a crítica era contra a forma com que a organização da seleção argentina agiu. 

"Eu queria deixar claro que a minha crítica é principalmente contra a seleção argentina, que passou por cima dos nossos protocolos. Devem ser punidos", afirmou. "Não se pode dar o direito de querer tirar a lei. O futebol não faz parte de um mundo à parte do restante do mundo", criticou o narrador.

"Acho que eles tentaram dar um migué, para que os quatro jogadores pudessem jogar. Não abriram o vestiário, não deixaram entrar na concentração, todas essas coisas. Já estavam sabendo", opinou Júnior. 

Após quase uma hora de tentativas de negociação, a partida foi enfim suspensa, por decisão final do árbitro. 

A Anvisa emitiu nota oficial sobre o caso. Confira:

"Em virtude das informações de que quatro jogadores argentinos ingressaram no Brasil descumprindo as regras sanitárias do país, ao supostamente declararem, em formulário oficial da autoridade sanitária brasileira, informações falsas, a Anvisa se reuniu com representantes do Ministério da Saúde e com a Coordenação de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo neste sábado (4/9).

Após reunião com as autoridades em saúde, confirmou-se, após consulta dos passaportes dos quatro jogadores envolvidos, que os atletas descumpriram regra para entrada de viajantes em solo brasileiro, prevista na Portaria Interministerial nº 655, de 2021, a qual prevê que viajantes estrangeiros que tenham passagem, nos últimos 14 dias, pelo Reino Unido, África do Sul, Irlanda do Norte e Índia, estão impedidos de ingressar no Brasil.

Os jogadores em questão declararam não ter passagem por nenhum dos 4 países com restrições nos últimos 14 dias. Os viajantes chegaram ao Brasil em voo de Caracas/Venezuela com destino a Guarulhos. Porém, notícias não oficiais chegaram à Anvisa dando conta de supostas declarações falsas prestadas por tais viajantes. Ante a notícia, a Anvisa notificou de imediato o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde Nacional (CIEVS/MS), que coordena a rede CIEVS, responsável pela investigação epidemiológica junto ao estado de São Paulo e ao município de Guarulhos, para que o caso fosse investigado e rastreado.

Diante da confirmação de que as informações prestadas pelos viajantes eram falsas, a Anvisa esclarece que já comunicou o fato à Polícia Federal, a fim de que as providências no âmbito da autoridade policial sejam adotadas imediatamente. Há notório descumprimento da Portaria Interministerial nº 655/2021 e às normas de controle imigratório brasileiro.

A Anvisa considera a situação risco sanitário grave, e por isso orientou às autoridades em saúde locais a determinarem a imediata quarentena dos jogadores, que estão impedidos de participar de qualquer atividade e devem ser impedidos de permanecer em território brasileiro, nos termos do art. 11, da Lei Federal nº 6437/77"

A Conmebol também emitiu seu comunicado: 

"Por decisão do árbitro da partida, a partida organizada pela FIFA entre Brasil e Argentina pelas Eliminatórias da Copa do Mundo está suspensa.

O árbitro e o comissário de jogo enviarão um relatório ao Comitê Disciplinar da FIFA, que determinará as etapas a serem seguidas. Esses procedimentos obedecem estritamente aos regulamentos atuais.

As eliminatórias da Copa do Mundo são uma competição da FIFA. Todas as decisões relativas à sua organização e desenvolvimento são da competência exclusiva daquela instituição"


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