NEM TEVE CONVITE, MAS...
Reprodução/Record
O apresentador no Roberto Justus+, que comandou na Record entre 2012 e 2016, e gostaria de reviver
REDAÇÃO
Publicado em 29/11/2018 - 9h18
O convite não aconteceu, e provavelmente nunca acontecerá, mas Roberto Justus dispensa a oportunidade de apresentar o Big Brother Brasil na Globo. A experiência nas duas temporadas que passou à frente de A Fazenda deixou o ex-publicitário tão frustrado que ele sequer cogita a hipótese de voltar a comandar um reality de confinamento na televisão.
"Se a Globo me contratasse hoje para fazer o Big Brother, eu não iria. Não vejo nenhum grande desafio intelectual em fazer um negócio desses, não tenho essa vontade, nem me chamem mais para fazer esse tipo de reality show", disse ele ao relembrar sua passagem pela competição rural da Record.
A visão que Justus tem de realities do gênero é a pior possível. "É um laboratório de seres humanos se digladiando. Para um psicólogo, é um prato cheio assistir àquilo. Para um apresentador, qual é o desafio intelectual?", detonou ele.
A confissão foi feita durante uma entrevista ao jornalista Marcelo Bonfá em um vídeo publicado nesta quinta (27) no canal do YouTube Pingue-Pongue com Bonfá.
Justus deixou claro, no entanto, que teria interesse em revisitar outro formato que apresentou na Record se fosse contratado pela maior emissora do país. "Para fazer um talk show, como o Roberto Justus+, que eu adorava, aí seria legal. Porque você discute temas, tem convidados, aí vem o desafio intelectual", refletiu.
Ele também valorizou o tal "desafio intelectual" de quando está à frente do formato O Aprendiz, que será retomado na Band no ano que vem. "Ali é um desafio intelectual o tempo inteiro. Eu tenho que avaliar os caras [participantes], faço uma sala de reuniões que o Brasil inteiro está vendo, aí as decisões têm que ser pautadas em um embasamento teórico, prático, de experiência, e que as pessoas entendam o que eu estou fazendo. É totalmente diferente. E é muito mais legal", ressaltou.
A experiência ruim de Justus na Fazenda, segundo ele, não foi totalmente culpa do formato de confinamento, que ele mesmo admitiu não ser sua praia. É que para apresentar o reality, ele precisava pegar a estrada com frequência: sua primeira temporada foi gravada em Itu, e a segunda em Itapecerica da Serra.
"Você fica viajando o tempo todo, para fazer um programa ao vivo três ou quatro vezes por semana, é terrível. Você fica três ou quatro meses praticamente só fazendo aquilo. Não consegue viajar, fica quase nada [do seu tempo] com a família, é muito difícil. É um moedor de carne aquilo, tem que ser muito bem recompensado."
Justus também sofreu em sua segunda temporada pois a Record mudou a produtora terceirizada para cuidar do reality: saiu a Floresta, entrou a Cygnus, que em seu ano de estreia acumulou falhas técnicas.
"Os problemas não eram meus, mas acabavam caindo nas costas do apresentador. Eu ficava sem retorno [de áudio], tive um monte de problemas. Acho que esse ano, com o [Marcos] Mion, já melhorou", apontou.
Para piorar os perrengues do apresentador na Fazenda, ele ainda precisava lidar com o diretor Rodrigo Carelli, que contou ao Notícias da TV que Justus não foi sua primeira opção para substituir Britto Jr. no reality.
"O Carelli é um diretor difícil. É um perfeccionista, um dos melhores diretores com que já trabalhei, mas ele se intromete demais no programa. Ele fica na sua orelha o tempo todo", criticou.
"Muitos dos problemas que os apresentadores da Fazenda têm [são por causa de Carelli]. Tanto o Britto quanto eu tivemos, e talvez o Mion tenha menos porque ele é um pouco mais rebelde. Mas ele [Carelli] buzina bastante, o tempo inteiro. É difícil trabalhar com um diretor assim, ele precisa confiar um pouco mais no apresentador."
A entrevista de Marcelo Bonfá com Roberto Justus terá outros vídeos, que serão publicados nos próximos dias. Confira a primeira conversa:
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