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PAUSA NA CARREIRA

Fora do ar pela primeira vez em 30 anos, Angélica desabafa: 'Bateu uma angústia'

Pino Gomes/Divulgação

Angélica em recente ensaio para o top fotógrafo Pino Gomes: pausa após 30 anos sem parar na TV - Pino Gomes/Divulgação

Angélica em recente ensaio para o top fotógrafo Pino Gomes: pausa após 30 anos sem parar na TV

DANIEL CASTRO

Publicado em 31/8/2018 - 6h08

Angélica começou a trabalhar aos três anos de idade e, desde 1987, nunca ficou 12 meses fora do ar. Pelo contrário, chegou a apresentar três programas simultaneamente e a emendar um no outro. Em abril, seu Estrelas acabou, e ela se viu sem um show pra chamar de seu pela primeira vez em 30 anos. Só deve retornar aos estúdios da Globo em 2019.

"Quando foi decidido que o Estrelas iria acabar, e a gente não tinha perspectiva de outro programa, é claro que bateu uma angústia. Acaba rolando uma abstinência. Nos dois primeiros meses ficou um vácuo. Você fala: "Ué? Como vai ser agora?", confessa em entrevista ao Notícias da TV, realizada quarta-feira (29), enquanto se preparava para rodar uma participação no filme De Perto, Ela Não É Normal, com Suzana Pires.

A "crise de abstinência", no entanto, durou só até um novo projeto começar a ganhar corpo. Angélica já está curtindo sua nova vida, de quem não é mais um produto com 400 itens licenciados.

"É uma oportunidade de, aos 44 anos, vou fazer 45 agora [em 30 de novembro], poder parar e pensar um pouco na minha carreira. Pensar um pouco no que o público quer, no que as pessoas esperam de mim, no que eu espero do meu futuro. Acho que é um momento profissional muito bom, essa pausa está sendo muito boa", conta.

DILSON SILVA/agnews

Angélica em uma das últimas gravações do Estrelas, em março, na Barra da Tijuca, Rio

Piloto automático
Depois de 12 anos no Estrelas, a apresentadora avalia que estava no "automático". "Quando a gente faz tudo no automático, não é bacana. E eu estava fazendo muito no automático. O Estrelas foi muito legal, tive meus filhos nesse período, o programa casou superbem com a construção da minha família, com a maternidade. Mas era muito automático. Eu estava na zona de conforto, como dá pra perceber", reconhece.

Sem um programa, Angélica saiu para "buscar novos formatos, conhecer gente nova e bacana, conversar com pessoas diferentes, diretores, autores". "É uma coisa que em 40 anos de profissão eu nunca tinha feito. E eu percebi tudo isso depois que eu parei. Nesses cinco meses, eu me voltei mais pra mim, pras minhas coisas, e comecei a perceber como é bom ter um tempo pra gente", afirma.

Semanal, o Estrelas dava a Angélica um "dia a dia tranquilo", mas as viagens e as gravações com horários incertos, além dos afazeres de mãe, não permitiam certas atividades. "Eu queria voltar pro inglês, e consegui agora. Eu não conseguia nadar três vezes por semana no mesmo horário. Agora eu consigo. Agora eu tô conseguindo ler livros, olha que maravilha! (risos) Antes, eu só lia roteiros", festeja.

É assim, "sentindo-se riquíssima", que Angélica prepara sua volta para a Globo. A cada 15 dias, ela se reúne com um grupo de profissionais da emissora para discutir o formato de um novo programa, que ainda não tem nome nem horário, mas que a princípio pode estrear em abril do ano que vem.

No Casa da Angélica, no SBT, em 1993 (Divulgação)

Programa para a família
"Agora nós realmente começamos a chegar em um formato, que vai ser apresentado pela Globo na primeira semana de setembro, por aí. A partir disso a gente vai ver horário, dia, enfim. Eu tenho carta branca pra fazer uma coisa diferente, natural, que eu sempre quis fazer. Algo diferente de tudo que eu já fiz, mas que ao mesmo tempo tenha a ver com o momento que eu estou vivendo agora", anuncia.

O projeto será apresentado a Carlos Henrique Schroder, diretor-geral da Globo, que então designará um diretor de variedades (Ricardo Waddington ou JB de Oliveira, o Boninho) para implantá-lo.

"Teve muita especulação se o programa seria um musical ou um game, mas não é isso. Não é um programa de celebridades como era o Estrelas. Eu não quero fazer algo assim. A gente quer fazer uma coisa pra família, porque tudo que eu já fiz até hoje, que é de tudo um pouquinho, foi pra família. Então vamos juntar um pouco de tudo o que eu já fiz, que é a entrevista, a dramaturgia, que é esse contato bacana com o artista, mas sem que ele seja o fundamental", adianta.

No novo projeto, Angélica faz questão de "ter mais contato com o público", que, a julgar pela recepção calorosa no último Domingão do Faustão, está com saudades. "Fiquei muito lisonjeada com todos os comentários de domingo, porque, apesar de parecer muito tempo, o Estrelas saiu do ar em abril. Não é muito tempo".

O fato de estar amadurecida, contudo, não quer dizer que Angélica não vai surtar se o novo projeto não der certo. "A gente é bicho de televisão. Eu tô nessa fase zen e tranquila, mas não sei como vai ser no ano que vem. Eu quero voltar com algo que tenha a minha cara mesmo. As pessoas compram a nossa verdade. Se depois de tantos anos de carreira eu tiver que fazer algo só pra estar no ar, eu não quero. Quero estar plena e feliz."

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