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Memória da TV

Final da Copa de 2002 teve pagode no estúdio, e Fátima Bernardes quebrou protocolo

Reprodução/TV Globo

Fátima Bernardes tocou a taça da Copa do Mundo no ônibus da Seleção após a final de 2002

Fátima Bernardes tocou a taça da Copa do Mundo no ônibus da Seleção após a final de 2002

THELL DE CASTRO

Publicado em 12/4/2020 - 6h24

Assim como em 1982 e em 2018, a Copa do Mundo de 2002, disputada no Japão e na Coreia do Sul, teve exclusividade da Globo na transmissão da TV aberta. O triunfo brasileiro, cujo jogo final foi exibido numa manhã de domingo, não deu o recorde de audiência daquele mundial, mas registrou uma grande comemoração entre os integrantes do canal no estúdio e foi marcado por uma quebra de protocolo de Fátima Bernardes no ônibus dos jogadores.

Na final, contra a Alemanha, Galvão Bueno estava mais ansioso que o normal, mas a vitória por 2 a 0 foi até tranquila, especialmente no segundo tempo. Após a partida, a Globo fez uma verdadeira festa, com a presença de Luís Roberto, Glenda Kozlowski, Mylena Ciribelli, Dadá Maravilha, Sérgio Noronha (1932-2020) e Léo Batista, além de Zagallo, como convidado especial.

O técnico Felipão e todos os campeões pelo Brasil compareceram ao estúdio da Globo em Yokohama, no Japão, e dominaram a festa, com Ronaldinho Gaúcho puxando o pagode. O Domingão do Faustão daquela tarde também foi temático e dedicado ao penta, com a presença de vários convidados especiais.

Mais tarde, Fátima Bernardes fechou a cobertura de dentro do ônibus da seleção, mostrando a taça da Copa. Ela quebrou o protocolo ao pegar o troféu, que só pode ser tocado por campeões do mundo e chefes de estado.

reprodução/instagram

Fátima Bernardes ao lado de Ronaldo durante a cobertura da Copa do Mund de 2002

Copa 2002 exclusiva da Globo

Em 2018, no Encontro, a jornalista disse que temeu ao fazer esse gesto. "Vai que dá alguma coisa errada e tiram essa taça do Brasil porque estou segurando isso aqui. Peguei e devolvi rapidinho", relembrou.

Na época, a Globo comprou os direitos exclusivos de transmissão das Copas de 2002 e 2006 em todas as mídias por US$ 220 milhões. A emissora tentou repartir os valores com sua tradicional parceira, a Band, e também com a Record, mas ambas desistiram por conta da alta pedida e da instabilidade da economia brasileira. Assim, apenas a Globo e o SporTV, na TV paga, exibiram os jogos.

A "dona" da cobertura foi Fátima Bernardes, que fazia entradas diariamente no Jornal Nacional e deu origem ao bordão do então marido William Bonner, que perguntava onde ela estava.

Sem concorrentes, as transmissões globais marcaram excelentes índices no Ibope. A estreia, contra a Turquia, teve 64 pontos de média; as oitavas, contra a Bélgica, registraram 68; já as quartas, contra a Inglaterra, 65 pontos. O recorde veio na semifinal, novamente contra os turcos, quando a emissora alcançou 69 pontos de média --na época, cada ponto valia 47 mil domicílios na Grande São Paulo.

O jogo que teve menor índice foi contra a Costa Rica, no meio da madrugada, com a seleção já classificada: 56 pontos. A final, contra a Alemanha, registrou 67 pontos de média, com pico de 69, e 91% dos aparelhos sintonizados no canal. Ou seja: de cada 100 televisores, 91 assistiam ao jogo na Globo.

Como sempre, Galvão Bueno deu um show à parte. O narrador comandou todas as transmissões dos jogos do Brasil, inclusive antes e depois das partidas. Ele regia o Olodum, em Salvador, em plena madrugada, e pedia para os telespectadores de todo o país apagar e acender as luzes de suas casas para mostrar que estavam sintonizados.

Depois de cada jogo, no debate que conduzia com convidados e jogadores da equipe, pendurava as camisas dos jogadores que se destacavam no "varal da seleção", com exibição em plena manhã aqui no país.

Band reprisou a final em 2014

Vale lembrar que a final da Copa de 2002 já foi reprisada na TV aberta. Em 2014, em função da pausa do futebol nacional por causa da Copa disputada no Brasil, a partida entre a seleção brasileira e a Alemanha foi exibida pela Band, que não mostrou originalmente o jogo, no dia 8 de junho de 2014.

A narração foi de Téo José, com comentários de Neto e Denílson, que estava na equipe que foi à Ásia. Para os padrões da emissora, alcançou boa audiência: quatro pontos de média, contra 16 do Domingão do Faustão, 10 do SBT e oito da Record.


THELL DE CASTROé jornalista, editor do site TV História e autor do livro Dicionário da Televisão Brasileira. Siga no Twitter: @thelldecastro

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