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'VEIO PELO VOTO'

Fernanda Montenegro diz que Bolsonaro no poder é pior do que a ditadura

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Fernanda Montenegro falando em entrevista ao Fantástico neste domingo (7)

Fernanda Montenegro em entrevista ao Fantástico neste domingo (7); ela criticou Jair Bolsonaro

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 7/11/2021 - 22h30

Após se tornar uma imortal da Academia Brasileira de Letras, Fernanda Montenegro concedeu uma entrevista ao Fantástico. Além de falar dos planos para o novo cargo, a atriz de 92 anos criticou o atual governo e disse que a era de Jair Bolsonaro no poder é pior do que o período da Ditadura Militar (1964-1985), já que a chegada do político ao poder foi legitimada pelo voto.

"É pior [do que a ditadura], porque veio pelo voto, então há uma organização política por trás, tradicional, que opta por essa calamidade e por essa tragédia. Em todo governo de força, a primeira coisa é estrangular a cultura das artes, porque é um onde o país existe com a assinatura e com a opção de um futuro", falou ela para a repórter Sônia Bridi.

Na década de 1980, Fernanda Montenegro recusou o convite de José Sarney para ser ministra da Cultura no primeiro governo civil após o período da Ditadura Militar (1964-1985). Na ocasião, ela escreveu uma carta em que dizia "pobre do país cujo governo despreza, hostiliza e fere os seus artistas. Esse Brasil acabou".

Neste domingo (7), ela se corrigiu: "Esse Brasil não acabou. Nós estamos numa hora trágica, mas vai acabar. Uma hora acaba". Questionada qual seria a saída para isso, a artista respondeu que é o tempo.

"O Brasil comprovou que não é possível ter reeleição, foi comprovado que a reeleição exige compra, venda e aluguel do poder político. Esse homem [Bolsonaro] não está no poder da noite para o dia", enfatizou.

Tranquila ao criticar o governo, Fernanda falou que não está calma com a atual situação. "A contestação está igual, a visão trágica do momento que a gente vive está igual, mas não é que eu esteja calma. Às vezes eu tenho a impressão que temos um país em Brasília que coloniza o Brasil aqui, mas a gente deve cantar", pediu.

Na Academia Brasileira de Letras, Fernanda Montenegro ocupará a cadeira 17, que antes era do diplomata Affonso Arinos de Mello Franco, morto em março de 2020. "Primeiro eu tenho que ser empossada e aí saber o que eles querem de mim, o motivo para me aceitarem", comentou.

A ABL é aberta para pessoas de várias áreas, desde que tenham escrito um livro. Até 1977, só homens eram permitidos. Fernanda é a nona mulher imortal.

"Se tem representantes nas áreas médicas, de Direito e de Sociologia lá dentro, por que não mulheres? E também de qualquer raça. Há necessidade de uma presença das personalidades negras lá dentro", defendeu.


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