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ÂNCORA SE DEMITIU

Secretário de Bolsonaro refuta insinuação de que pediu cabeça de Pannunzio

REPRODUÇÃO/CULTURA E BAND

Fabio Pannunzio na bancada do Jornal da Noite, da Band

Fabio Wajngarten em participação no Roda Viva, da Cultura, e Fabio Pannunzio na bancada do Jornal da Noite, da Band

DANIEL CASTRO

Publicado em 5/9/2019 - 10h43

O chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), Fabio Wajngarten, nega que tenha pedido a cabeça do jornalista Fabio Pannunzio, que ontem (4) se demitiu da Band, onde apresentava o Jornal da Noite. O rumor surgiu porque Pannunzio respondeu a um tuíte de Wajngarten, publicado na segunda-feira (2), em que o acusava de ser "um dedo-duro intrigante que só sabe pedir cabeças de jornalistas".

"Jamais pedi a cabeça de ninguém. Não é a primeira vez que [Pannunzio] me ataca. Desconheço os motivos. É patético, ele está jogando para a torcida, tentando criar uma narrativa mentirosa", disse Wajngarten ao Notícias da TV.

Pannunzio também negou no Twitter, na manhã desta quinta (5), que o secretário de Jair Bolsonaro tenha influenciado sua saída da Band, após 20 anos de serviços prestados (e alguns prêmios jornalísticos), mas confirmou que ele pediu a sua cabeça.

"Gente, sinto muito decepcioná-los, mas a minha demissão da Band estava definida há cerca de um mês. Esse @fabiowoficial [conta de Wajngarten] jamais teria força para provocar minha demissão. Ao contrário. Os tuítes que ele enviava para os meus chefes eram motivo de chacota na redação", escreveu o jornalista.

O bate-boca virtual começou com um post de Wajngarten, na segunda, em que ele afirmou ser "absolutamente inaceitável um instituto de pesquisa pertencer a um grupo de comunicação", referindo-se ao Datafolha e à Folha de S.Paulo, numa evidente reação à pesquisa que mostra que a reprovação popular ao governo Bolsonaro está crescendo.

Pannunzio entrou na conversa acusando Wajngarten de fazer pressão junto aos donos de veículos de comunicação para demitir jornalistas. O secretário comanda a distribuição de verbas publicitárias do governo federal. Ele respondeu ao ataque do jornalista da Band com uma provocação.

"Pergunte ao seu chefe Paulo Saad, Johnny Saad e Marcelo D'Angelo se ele confirma isso. Se ele confirmar eu me demito. Se ele negar você se demite, fechado? Vamos ser objetivos e verdadeiros", disse. Pannunzio avisou que Wajngarten poderia "limpar suas gavetas".

Demissão para cuidar da saúde 

Fabio Pannunzio anunciou sua saída da Band na noite de ontem. Nas redes sociais, informou que tomou a decisão para cuidar da saúde e para ter uma rotina mais tranquila, atendendo a recomendações médicas. 

Ele se despediu da emissora agradecendo aos chefes e colegas. "Ao Johnny [Saad, presidente do Grupo Band], um patrão excepcional que (quase) sempre me permitiu fazer loucuras inimagináveis em outras redações", escreveu no Twitter.

"A Band me deu uma carreira que eu jamais teria conseguido repetir em outro lugar. Me deu dois prêmios Esso e muitos outros, inclusive internacionais. Tenho orgulho desse reconhecimento", completou ele.

Ainda de acordo com suas publicações na rede social, o ex-âncora da Band partirá para um projeto para internet cujo nome provisório é PRK30, mas não revelou mais detalhes.

Ele também disse que continuará colaborando com a Band com reportagens especiais, "quando o tema for respeito humano, meio ambiente, combate ao autoritarismo, homofobia, racismo e coisas afins".

Fabio Pannunzio formou-se em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e começou sua carreira na rádio Jovem Pan, em 1981. Em 1984, ele foi para Globo como repórter, onde ficou por mais de 15 anos. Sua estreia na Band foi em 1992, como apresentador do Canal Livre, um talk-show jornalístico, e do Band Eleições.

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