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ESCONDEU O NOME

Expulsa de Angola, Record dá jeitinho e volta a ter emissora de TV no país

REPRODUÇÃO/RECORD

Sabrina Sato com uma saia e top verde, além de uma blusa preta, falando sobre o reality Ilha Record, que comanda na emissora paulista

Sabrina Sato no reality Ilha Record: programa é exibido em Angola sem citar o nome da emissora

GABRIEL VAQUER, colunista

vaquer@noticiasdatv.com

Publicado em 18/8/2021 - 10h00

Banida de Angola desde abril deste ano por causa de irregularidades em sua diretoria, a Record deu um jeitinho de ter sua programação exibida novamente no país de língua portuguesa. Desde a última segunda-feira (16), está no ar o My Channel África, que exibe as produções da emissora de Edir Macedo, mas sem citar o nome brasileiro.

O canal disponível em empresas de TV a cabo não tem jornalismo ao vivo ou atrações dedicadas ao público angolano, diferentemente da antiga Record África (2005-2021), que foi proibida pelo governo local. São apenas reprises de novelas, além dos programas e reality shows atualmente produzidos no Brasil.

É o caso do Ilha Record. Para tirar a marca Record de seu título e das vinhetas, o My Channel rebatizou a atração de Sabrina Sato de A Ilha - Tudo a Ver, como se fosse um quadro do antigo programa de variedades da Record, fora do ar no Brasil desde 2014.

Outro fato curioso acontece com o bloco dedicado ao público infantil. Em vez de Record Kids, nomenclatura dada para a sessão de desenhos da emissora e que no Brasil ocupa a faixa dos domingos de manhã, o nome usado é My Channel Kids --com vinheta de abertura idêntica à que é usada por aqui.

A programação diária é ocupada principalmente por reprises de novelas. Os Mutantes (2008), Prova de Amor (2005), Topíssima (2018) e Belaventura (2017) são as atrações. A inédita Gênesis ocupa o horário nobre, indo ao ar a partir das 21h (horário de Angola). O Power Couple Brasil com Adriane Galisteu está em reprise no fim de noite.

A escolha do nome My Channel não ocorreu por acaso. A marca foi herdada de um canal da Inglaterra, que acabou em janeiro deste ano, e que também pertencia à empresa de Edir Macedo. Foi um jeitinho que a Record deu para retornar ao país africano, um de seus maiores mercados fora do Brasil.

Relembre o caso

Em abril, a Record Angola saiu do ar por descumprimento da legislação angolana, segundo ordem do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias da Informação e Comunicação Social. "Por motivos alheios à nossa vontade, a nossa emissão está suspensa. Esperamos voltar em breve para continuar a levar alegria, informação e entretenimento para as centenas de milhares de telespectadores que se encontram em Angola", disse a emissora na época. 

Segundo a decisão divulgada pelo órgão angolano, o sinal da Record Africa seria suspenso até a regularização com as autoridades locais. O principal fator responsável pela decisão do governo era que o diretor-executivo do canal não é angolano, mas sim o brasileiro Fernando Henrique Teixeira.

"A empresa Rede Record de Televisão Angola Ltda., que responde pela Record TV Africa, tem no exercício de função de diretor-executivo um cidadão não nacional, e os quadros estrangeiros da empresa que exercem atividade jornalística no país não se encontram creditados nem credenciados no centro de imprensa Aníbal de Melo", informou o ministério em comunicado exibido pelo canal público TPA.

A decisão do governo angolano também suspendeu os canais Zap Viva e Vida TV, além de algumas revistas e jornais. Em Angola, a Igreja Universal do Reino de Deus tem cerca de 500 mil fiéis. No ano passado, alguns pastores angolanos se indispuseram com a direção brasileira da instituição e se rebelaram, tomando parte das igrejas no país.

A Record Angola também chegou a ser advertida pela Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana por veicular ataques e críticas a religiosos angolanos que passaram a comandar a igreja no país antes de seu fim. 

A coluna procurou a Record, que não respondeu até a conclusão deste texto. Caso o faça, ele será atualizado. 


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