MAURÍCIO ALVES
REPRODUÇÃO/RECORD
Maurício Alves deixou a TV em 1987 e desde então trabalha como dedetizador, mas sonha voltar a atuar
GABRIEL PERLINE
Publicado em 28/4/2019 - 15h49
Fora da TV há 32 anos, o ator Maurício Alves foi entrevistado por Geraldo Luís no Domingo Show deste domingo (28), na Record, e contou o drama de sua vida profissional. Promessa de galã dos anos 1980 da Globo, hoje ele trabalha como dedetizador para sobreviver. "Quero retomar a minha carreira", revelou ao apresentador.
Maurício teve poucos papéis na TV, a maior parte foi participação especial. Sassaricando (1987), sua última novela, foi também a de maior destaque. Ele atuou com Marcos Frota, Claudia Raia e Bárbara Thiré, e terminou o trabalho com outro garantido na Globo.
No primeiro dia de gravações, no entanto, ele chegou ao estúdio e foi avisado pelo diretor que estava fora da novela. Ao perguntar o motivo do desligamento, foi informado que Paulo Ubiratan (1947-1998), ex-diretor de núcleo da Globo, o havia vetado.
"Ele tinha um caso com uma jornalista famosa, apresentadora. Aí eu e ela trocamos telefones. Aí ela chegou no Paulo e disse que eu tinha cantado ela. Não houve assédio nem nada. No dia que eu fui gravar a cena, meu nome estava cortado. Eu perguntei por quê? E o diretor me perguntou se eu não tinha cantado a mulher do homem [Paulo Ubiratan]. Eu disse que não. E naquela época eu não tinha como me defender. Eu não flertei com ela, palavra de homem", disse.
Embora não tenha citado o nomes, Maurício se referiu a Valéria Monteiro, primeira mulher a apresentar o Jornal Nacional. Nesta época, Paulo Ubiratan já havia se separado de Natália do Vale e engatou o namoro com a jornalista, com quem acabou se casando e tendo uma filha.
O ex-ator acredita que o breve contato com Valéria irritou o antigo chefão da dramaturgia da Globo, e, por essa razão, ele diz nunca mais ter conseguido nenhum trabalho na televisão. "Fui ingênuo. Paguei caro por isso", desabafou.
Sem perspectivas na TV, Maurício buscou alternativas para garantir seu sustento. Em 1987 começou a trabalhar numa empresa de dedetização. Hoje tem seu próprio negócio, no mesmo ramo.
"Quando saí da TV, eu fui trabalhar numa empresa de dedetização e começou a dar certo para mim. Aí fui trabalhar por conta própria. Criei meus três filhos matando baratas, trabalhando honestamente. Sou feliz em partes, porque eu tenho um trabalho para sobreviver. Mas internamente, não sou feliz", desabafou.
Geraldo Luís, como de praxe, ajudou seu entrevistado. Presenteou Maurício Alves com uma bolsa de estudos em uma renomada escola de atores do Rio de Janeiro e também lhe garantiu um teste em uma das produções da Record.
"É um teste. Não estamos te dando um papel. Você precisa primeiro passar no teste, combinado?", disse o apresentador. "É tudo o que eu mais quero. Muito obrigado", agradeceu, às lágrimas, o dedetizador.
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