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HISTÓRIA DE LIVRO

Encontro improvável com Hebe Camargo impediu Maria Beltrão de desistir da TV

REPRODUÇÃO/GLOBONEWS e ARQUIVO PESSOAL

Montagem de fotos com Maria Beltrão no Estúdio i e ela cantando com Hebe Camargo em um karaokê

Apresentadora do Estúdio i, Maria Beltrão teve um encontro decisivo com Hebe em um karaokê

VINÍCIUS ANDRADE

vinicius@noticiasdatv.com

Publicado em 30/10/2020 - 7h10

Um dos principais nomes da GloboNews, Maria Beltrão é reconhecida por fazer um programa descontraído, mas sem perder a seriedade. Esse estilo de apresentação informal ainda era um tabu para um canal de notícias nos anos 1990, quando ela começou a trabalhar na TV. A jornalista estava decidida a pedir demissão da Globo naquela época, mas tudo mudou após um encontro improvável com Hebe Camargo (1929-2012) em um karaokê no Rio de Janeiro.

Essa é uma das histórias que Maria Beltrão conta em seu primeiro livro, O Amor Não Se Isola, um diário que ela escreveu entre 18 de abril e 1º de agosto deste ano, durante o período mais rigoroso da quarentena de Covid-19.

Em entrevista ao Notícias da TV, a comandante do Estúdio i revela as palavras que ouviu de Hebe e como o reconhecimento e o incentivo da então apresentadora do SBT foram fundamentais para que ela não deixasse de fazer televisão.

"A gente às vezes diz que um encontro pode mudar a nossa vida. E pode mesmo. Providencialmente, Deus quis que eu encontrasse a Hebe Camargo, de quem eu sempre fui muito fã e era um ícone da comunicação, num dia em que eu estava muito mal e falei que iria largar a televisão", explica.

Maria Beltrão está na GloboNews desde o início das operações do canal de notícias no Brasil, em 1996. Naquela época, a jornalista era recém-formada e se sentia insegura com o desempenho na frente das câmeras.

No livro, ela escreve que relembrou o encontro com Hebe ao revirar álbuns antigos de fotografias e ver o registro da noite em que cantou com a estrela do SBT no karaokê de uma casa noturna do Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro, pouco tempo depois de a GloboNews estrear.

"Naquele dia, eu falei: 'Eu vou largar a televisão, eu não dou pra isso, eu não sou do padrão tradicional, eu gesticulo muito, eu tenho 1,80 m, eu não sou boa de ler TP [teleprompter]'. A minha praia não é essa. Eu estava consolidando a ideia da desistência. De repente, eu estou no karaokê, no meio da noite carioca, olho e está a Hebe sorrindo pra mim", conta a âncora.

Hebe, que tinha a fama de assistir a diferentes programas de televisão e saber o que estava no ar em outras emissoras, reconheceu a novata: "Algo inacreditável. Aí ela falou: 'Meu Deus, você não é aquela gracinha do canal de notícias?'".

"Ela tinha essa carinha de feliz, que é tão acolhedora, tão generosa, e eu comecei a desabafar com ela. Falei que estava triste, desanimada. Ela foi psicóloga, mãe, tudo e falou: 'Meu amor, isso é tão comum. Esse canal tá começando agora, tudo isso é uma novidade. Você tem muito talento. Resista, não desista'", relembra a jornalista.

As palavras de Hebe mudaram o pensamento de Maria, que decidiu resistir ao desejo de pedir demissão e não desistiu do trabalho na TV. Logo depois de ter sido incentivada pela eterna rainha da televisão brasileira, a âncora da GloboNews recebeu um convite para cantar ao lado da estrela no karaokê.

ARQUIVO PESSOAL

Maria Beltrão e Hebe Camargo felizes no karaokê

"A foto mostra esse momento mágico. Lembro de ter pensado: quem canta com a Hebe, os males espanta. Resisti. Não desisti", escreveu a jornalista em O Amor Não Se Isola.

Mais de 20 anos depois desse encontro improvável, Maria entende que hoje é uma inspiração para jovens jornalistas que gostam do seu estilo de apresentação e que os tabus enfrentados na década de 1990 são um trunfo que ela tem como âncora atualmente.

"Eu digo que foi Deus que botou a Hebe naquele dia, entendeu? Eu estava realmente decidida a abandonar tudo, decidida que eu não era pra televisão, aí chega aquela que era um ícone da comunicação e fala: 'Você tem uma coisa aí, não desista'. Aquelas coisas que eu mais me envergonhava, do meu jeito de ser, viraram a minha assinatura. A vida é muito curiosa", comemora.

O Amor Não Se Isola

O primeiro livro de Maria Beltrão foi lançado em uma live que a apresentadora fez com o seu colega de Estúdio i, Octavio Guedes (que assina o prefácio), na quinta-feira (29) no Instagram. A jornalista assinou 400 exemplares com dedicatórias para fãs que compraram a obra antecipadamente. Nem ela esperava esse volume de compras na pré-venda.

Capa de O Amor Não Se Isola, escrito por Maria Beltrão na quarentena (Foto: Máquina de Livros/Divulgação)

O Amor Não Se Isola nasceu de um desafio proposto pelo marido da jornalista, Luciano Saldanha, para quebrar a rotina durante a reclusão na pandemia: escrever em um caderno histórias sem pauta definida, sob a forma de um diário.

Inicialmente, a proposta não era ser um livro, mas ao pedir a opinião de amigos e da família depois de ter escrito praticamente 70% de seu diário da quarentena, ela entendeu que seria uma boa ideia publicar os relatos. Os textos não são sobre a pandemia, mas sim uma reflexão sobre a vida e as conexões de Maria, que podem despertar os sorrisos, os sentimentos e a empatia do leitor.

"Tem uma coisa que sempre falaram de mim é que eu sou igual em qualquer lugar. Eu sou igual em casa, no Estúdio i, na rua, no táxi. O Octávio [Guedes] sempre diz o quanto eu gosto de gente, o quanto eu gosto de conversar, eu me interesso pelas histórias que as pessoas querem contar. Esse livro é uma rede de amores, sobre a minha rede de afetos, sobre as várias fontes de afeto que eu tenho na vida e sobre as pessoas que me interessam", diz.

O Amor Não se Isola: Um Diário com Histórias, Reflexões e Algumas Confidências é da editora Máquina de Livros, tem 128 páginas e o preço sugerido é de R$ 42 para a versão impressa e de R$ 27,90 para o e-book.


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