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CONTÉM UMA FRIA

Empresa é processada após transformar atores em vendedores de cosméticos

Reprodução

A atriz Babi Xavier em vídeo em que divulga projeto da Contém 1G de venda direta de cosméticos - Reprodução

A atriz Babi Xavier em vídeo em que divulga projeto da Contém 1G de venda direta de cosméticos

DANIEL CASTRO

Publicado em 10/5/2018 - 5h32

A empresa de cosméticos Contém 1G está sendo acusada por um grupo de atores de ludibriá-los e transformá-los em meros vendedores de seus produtos. Na semana passada, Babi Xavier entrou com uma ação na 4ª Vara Cível de Niterói (RJ) pedindo indenização por danos morais e por uso indevido de sua imagem em material publicitário da companhia.

Luciano Szafir, Jorge Pontual e Andrea Avancini devem fazer o mesmo nos próximos dias, segundo Sylvio Guerra, conhecido como "advogado das estrelas". A lista de profissionais do vídeo que teriam sido enganados pela Contém 1G inclui ainda Cristiana Oliveira, Adriana Colin, Luciana Vendramini e André Ramiro.

Todos eles foram seduzidos por um projeto de marketing direto chamado Magic Stars. Resumidamente, eram 20 artistas/famosos que encorajariam pessoas comuns a se tornarem consultoras da Contém 1G. Cada artista lideraria um grupo de consultores e teria a ajuda de um gerente para administrar vendas e estoques.

Todos os artistas sabiam, desde o início, que só ganhariam dinheiro se seus grupos vendessem cosméticos. Alguns, como Babi Xavier e Luciano Szafir, se entusiasmaram com a oportunidade e se engajaram, participando de eventos e gravando vídeos, mesmo sem assinar contrato de cessão de imagem.

Os famosos só não sabiam de um detalhe: eles não seriam apenas influenciadores; teriam também que vender os produtos. "O contrato que me foi mandado era de consultor. Achei que tinham mandado errado. Não sou consultora. Sou atriz, faço teatro, tenho uma filha de seis anos para criar e curso faculdade de Psicologia, não tenho tempo para isso", conta Babi.

Na inicial da ação movida pela atriz, o advogado Sylvio Guerra relata que ela recebeu um kit de maquiagem "para que começasse a divulgar para as pessoas próximas, presenteasse consultoras e futuramente formasse equipe com supervisão".

Babi chegou a fazer aulas de automaquiagem em uma loja, participou de treinamento para consultores e levou potenciais clientes para se maquiarem em sua própria casa. Em janeiro do ano passado, tentou fazer algumas vendas, mas um imbróglio envolvendo códigos para realizar pedidos na loja virtual da Contém 1G travou o negócio. Além disso, as equipes de consultores prometidas nunca lhe foram apresentadas.

A atriz percebeu que tinha entrado em uma fria quando foi "informada de que só ganharia algo que vendesse diretamente". "A autora [da ação, Babi] foi deliberadamente ludibriada pela ré [Contém 1G], que utilizou sua imagem para angariar novos consultores, e depois foi informada que só receberia algum valor se vendesse produtos", argumenta Sylvio Guerra na inicial.

Babi está pedindo na Justiça indenização por danos materiais e morais. Quer também que a indústria de cosméticos a pague pela gravação de um vídeo de sete minutos, ainda disponível no YouTube (veja abaixo), e pelo trabalho como anfitriã de dois eventos da marca.

Outro lado
O Notícias da TV tentou ouvir a Contém 1G diversas vezes entre a tarde de terça-feira e ontem. Foram seis telefonemas e dois e-mails. Apesar da insistência, uma funcionária do departamento de Comunicação disse que a empresa não tinha "nada a declarar".

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