Em plena pandemia, Oscar 2021 gera desafio inusitado para âncoras; saiba qual

Depois de uma temporada de premiação em esquema de home office para os indicados, o Oscar 2021 acontecerá neste domingo (25) de maneira presencial, em diferentes palcos. Os apresentadores da festa na TNT, Aline Diniz e Michel Arouca, porém, ainda não estão na rotina de anos anteriores e enfrentam um desafio inusitado: conciliar o glamour da cerimônia com afazeres domésticos.

É que, em uma época pré-pandemia, em que viagens internacionais eram mais comuns, a equipe do canal pago ia para Buenos Aires alguns dias antes da festa e entrava em um "modo 100% Oscar". "Isso criava uma bolha de concentração muito grande para a gente. Não precisava atender interfone, lavar louca, preparar comida", explica Arouca ao Notícias da TV.

Aline concorda com o colega. "Quando rolava essa imersão, era nossa oportunidade de se isolar do mundo. Sem tarefa de casa, sem cuidar dos pets, não tinha mais nada para competir pela nossa atenção, o prêmio era a única preocupação. Agora, não tem como fazer isso", lamenta.

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A impossibilidade da imersão também cria alguns obstáculos para o trabalho. "Nessa bolha, a gente se ajudava muito, eu, a Aline, a Regina [McCarthy] e o Robert [Greathouse], da tradução. Faz muita falta ter esse lado colaborativo. Desde que eu comecei a cobrir premiações na TNT, em 2017, a gente passava o fim de semana enclausurado", lembra Michel.

Em meio a tantas mudanças, fica até difícil sentir a energia da premiação que se aproxima. "A gente estranhou muito no Emmy ano passado. Chegou a semana da cerimônia e não tinha essa sensação de que estava próxima, sabe? É bizarro!", diz Aline, que tenta achar algo positivo. "Tem o bônus de aparecer na TV, porque antes eram só nossos comentários por voz."

Parceria valorizada

Aline e Arouca começam a se preparar para o Oscar meses antes, assistindo aos indicados para premiações anteriores, como o Globo de Ouro e o Critics' Choice Awards. Como o prêmio máximo do cinema acontece mais tarde do que o tradicional neste ano, eles tiveram ainda mais tempo para assistir ao máximo possível de indicados.

"O fato de o Oscar ser mais tarde ajudou muito, eu já tinha visto praticamente todos os indicados por causa dos outros prêmios, só precisei ir atrás de documentários e curtas, porque já estava em dia", ressalta Michel. Essas duas categorias também foram a pedra no sapato de Aline, que começou a ver os possíveis indicados em janeiro para se preparar.

"Mas eu não me estresso com isso, não. Se não assisti algo, eu leio muito sobre o filme, pesquiso, vejo reportagens estrangeiras que já publicaram sobre, entrevistas. E conto muito com o Michel, a gente se ajuda demais", diz ela.

A preparação, é claro, ajuda para que os dois tenham algo para comentar dos vencedores de todas as categorias. "Eu quero ser sempre capaz de opinar", brinca Arouca, em uma referência à criticada participação de Gloria Pires nos comentários do Oscar 2016 na Globo --a atriz pouco falou, alegou não ter visto os filmes condecorados e se declarou incapaz de comentar.

Amigos de longa data, os âncoras da TV paga valorizam a química que apresentam para os espectadores. "Se eu tivesse que trabalhar com qualquer pessoa que não fosse o Michel, não ia sair nem um terço do que sai ali. A gente está presente um pro outro, e isso é muito de ter trabalhado junto. Essa parceria foi construída ao longo dos anos, nossa química", valoriza Aline.

A transmissão do Oscar na TNT neste domingo (25) começa às 20h, com um Esquenta sob o comando de Carol Ribeiro e Tiago Abravanel, com convidados especiais e os preparativos da grande noite. Uma hora depois, Michel e Aline assumem seus postos para comentar a premiação. O filme Nomadland e o ator Chadwick Boseman (1976-2020) estão entre os favoritos.