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ATENTADO NOS EUA

Efeito Mandela: Plantão da Globo cortou Dragon Ball Z no 11 de Setembro?

REPRODUÇÃO/TOEI ANIMATION e CNN

Montagem de fotos com Goku em Dragon Ball Z (à esquerda) e a transmissão do ataque às Torres Gêmeas em Nova York na Globo

Goku em Dragon Ball Z e a transmissão do ataque às Torres Gêmeas no 11 de Setembro

KELLY MIYASHIRO

kelly@noticiasdatv.com

Publicado em 11/9/2021 - 6h15

O 11 de Setembro, atentado terrorista que derrubou as Torres Gêmeas do World Trade Center em Nova York em 2001, completa 20 anos neste sábado (11). Pessoas com frequência afirmam na internet que um plantão da Globo teria interrompido a transmissão do desenho Dragon Ball Z naquele dia fatídico para dar lugar à cobertura dos ataques, mas tudo não passa de um fenômeno chamado de "efeito Mandela".

Uma tabela com dados de audiência da programação daquela semana, à qual o Notícias da TV teve acesso comprova que, na verdade, a Globo cortou a exibição de A Turma da Garrafinha (1998-2001), uma série com fantoches que integrava o programa infantil de Angélica, o Bambuluá (2020-2001).

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Garrafinha no A Turma da Garrafinha

O primeiro flash de notícias entrou diretamente com as imagens das torres e com a narração de Carlos Nascimento, então apresentador do Jornal Hoje. Garrafinha começou às 9h32, sendo derrubada pelo plantão às 9h57.

Alguns internautas chegaram a defender ainda a tese de que as imagens das torres do WTC pegando fogo entraram no ar bem no meio do capítulo de Dragon Ball Z em que Goku se transforma no Super Saiyajin 3, acontecimento do episódio número 245.

Entretanto, a Globo exibiu o capítulo 200 do desenho animado japonês em 23 de julho de 2001. Pelas contas, DBZ só passava de segunda a sexta, não ia ao ar aos sábados, então o episódio que deveria ir ao ar em 11 de setembro de 2001 seria Vegeta Luta por Seus Entes Queridos, de número 237.

foto: Notícias da tv

Tabela de audiência de 11/9 de 2001

Em uma entrevista ao Memória Globo, Carlos Henrique Schroder, então diretor da Central Globo de Jornalismo, declarou que a Programação da emissora derrubou toda a grade daquela faixa a partir das 10h30, indo direto até 15h30 naquele dia. Dragon Ball deveria ter ido ao ar a partir das 11h30.

"Você está vendo imagens ao vivo agora das Torres Gêmeas do World Trade Center, no sul da ilha de Manhattan. A informação é de que um jato comercial, ainda não se sabe se de passageiros ou de carga, se chocou com as torres", narrou Nascimento. A Globo foi a primeira emissora do Brasil a mostrar as imagens chocantes, que foram cedidas pela CNN dos EUA. 

O que é o efeito Mandela? 

Muitas pessoas acreditam que o plantão do 11 de Setembro interrompeu Dragon Ball Z por causa do fenômeno chamado "efeito Mandela", que é uma confusão mental, um mero esquecimento ou apenas uma memória sugestiva que ficou gravada na mente.  

A memória sobre o desenho pode ter sido plantada graças a uma montagem que circula nas redes sociais há anos. No vídeo, a famosa (e tenebrosa) vinheta do plantão da Globo interrompe a "explosão" do Super Saiyajin. Confira:  

Em 2010, Fiona Broome, uma pesquisadora de fenômenos sobrenaturais, relatou que acreditava que Nelson Mandela (1918-2013) ex-presidente da África do Sul e o líder africano mais importante da história, havia morrido na prisão durante a década de 1980. 

Fiona conversou com várias pessoas que acreditavam no mesmo que ela, apesar de o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1993 ainda estar vivo em 2010. Como a estudiosa também descobriu pessoas que se lembravam de episódios de séries que jamais existiram, ela criou a teoria do efeito Mandela.

A pesquisadora sugeriu duas hipóteses: a de que existem várias realidades paralelas e a de que o mundo inteiro vive em uma simulação de computadores, como na franquia de filmes Matrix, que começou em 1999. 

Já a Psicologia explica que muitos associam a morte de Mandela à prisão porque ele ficou detido entre 1960 e 1990 e sua real morte, em 2013, foi amplamente coberta pela mídia mundial. Uma imagem que ficou gravada na memória de muitos e que causa confusão quando cruzada com dados históricos. Ou seja, falsas memórias. 


Colaborou GABRIEL VAQUER


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