HISTÓRIA REAL
DIVULGAÇÃO/LIFETIME
Dani Montalvo em cena de Lorena Bobbitt: A Mulher Que Castrou o Marido, do Lifetime; história real
A próxima quarta-feira (25) marca o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher. Para a data, o canal Lifetime preparou uma maratona de filmes para refletir e debater o tema. E o principal: ajudar quem possa se encontrar em situação de perigo. Serão três longas: Eu Sou Elizabeth Smart (2017), A Garota do Abrigo (2018) e Lorena Bobbitt: A Mulher Que Castrou o Marido (2020), grande estreia da noite.
Exibir produções que levantam a discussão sobre a importância da luta e, o principal, que ajudam a identificar os tipos de violência contra a mulher é um dos propósitos do Lifetime para o dia. A causa se coloca mais necessária diante dos números. De 1º de janeiro a 31 de outubro de 2020 foram registrados 936 casos de feminicídios no Brasil. A informação é do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Carmen Larios, vice-presidente sênior de Conteúdo A&E & Lifetime, não esconde que estar à frente de um veículo cuja principal audiência é feminina dá à ela uma missão maior. "Lifetime é um canal multiplataforma dirigido, principalmente, para as mulheres. E diante dessa temática, é importantíssimo que o canal possa, neste momento, oferecer informações para que a gente, de alguma maneira, seja parte desta responsabilidade social", analisa.
Por esse motivo, o Lifetime planejou uma extensa ação de conscientização na América Latina, o que inclui além dos filmes, conteúdo especial para redes sociais e informações relevantes para os telespectadores.
"Durante a programação [do dia 25], vamos ter a divulgação de linhas de ajuda e de apoio, que trabalhamos com fundações em cada país", adianta a executiva. No Brasil, o telefone 180 da Central de Atendimento à Mulher é o que registra e encaminha denúncias de violência aos órgão competentes. O número será exibido ao final das produções juntamente com os créditos.
Dentre os títulos escolhidos para o dia, está a estreia da produção que narra a história real de Lorena Bobbitt, a jovem que se tornou conhecida em 1993 por cortar o pênis do marido após anos de abuso. "O filme cumpre com as características do que uma produção Lifetime tem que ter: é produzido por uma mulher com um tema relevante para a classe", destaca Carmen.
A programação especial do Lifetime para o dia começa com a produção que narra a história real de Elizabeth Smart. Aos 14 anos, a jovem foi sequestrada pelo fanático religioso Brian Mitchell, em Salt Lake City, nos Estados Unidos. O caso aconteceu em 2002.
Ela ficou nove meses em cativeiro, onde foi torturada, drogada e violentada inúmeras vezes. A adolescente vivia sob constante terror psicológico, o que a impedia de fugir. O criminoso ameaçava a vida de sua família.
Porém, em 2003, ela foi resgatada graças a ação de um oficial em uma barreira policial. Em 2017, a história de Elizabeth virou filme com a própria sobrevivente como produtora e narradora.
Eu Sou Elizabeth Smart será exibido às 19h20, no Lifetime.
Em 1993, Lorena Bobbit, então com 22 anos, estampou as manchetes dos jornais do mundo inteiro por cortar o pênis do marido, John Bobbitt. O episódio, que aconteceu em Manassas, Virginia, virou motivo de inúmeras piadas, mas na verdade foi uma reação da vítima após anos de abuso. Na noite fatídica, ela havia sido estuprada.
O caso movimentou a imprensa dos Estados Unidos e serviu para abrir uma longa discussão sobre a violência contra as mulheres no país. Bobbitt, que teve seu órgão reimplantado, foi acusado de violência sexual e inocentado. Lorena também foi a julgamento. O júri a considerou inocente por insanidade temporária.
Agora, 27 anos depois, Lorena -- hoje ela é Lorena Gallo--, transformou seu drama em um filme. Aos 50 anos, ela assumiu o posto de produtora-executiva e também de narradora do longa.
"Só eu sei da minha história e tinha o desejo de contar. Para mim, não é somente contar [algo]. Mas, ao mesmo tempo, ter a conexão com muitas vítimas que estão passando por isso. Especialmente as sobreviventes que, às vezes, têm que voltar para esses lugares obscuros como eu", analisa em entrevista ao Notícias da TV.
A jovem que virou manchete no passado se tornou ativista contra a violência doméstica. Desde 2018, ela mantém a Lorena Gallo Foundation, que visa conscientizar, ajudar e intervir por vítimas de abuso. Ela não quer que a história se repita. "Quando fiz esse filme, eu precisava dizer para todo mundo o que aconteceu, todas as ansiedades e abusos que vivi com meu ex-marido. Foi algo catastrófico e traumático", desabafa.
Lorena Bobbitt: A Mulher Que Castrou o Marido será exibido às 20h55.
Em 2006, Elizabeth Shoaf, conhecida como Lizzy, foi raptada e mantida em um cativeiro por um homem, na Carolina do Sul, Estados Unidos. Aos 14 anos, a adolescente viveu dez dias de horror.
O dramático caso real de sequestro e abuso chocou o país, pois a menina foi rotineiramente estruprada por um predador sexual em um abrigo subterrâneo construído em uma floresta. Seu resgate se deu após ela conseguir usar o telefone de seu abusador durante um momento de distração. Ela avisou a família de sua localização e encontrou a liberdade.
A Garota do Abrigo será exibido às 22h30, no Lifetime.
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