Vida pós-reality
Divulgação/Gazeta
Ex-MasterChef, a cozinheira Raquel Novais apresenta o programa Cozinha Amiga na Gazeta
FERNANDA LOPES
Publicado em 26/8/2018 - 8h14
Ao fim de cada temporada do MasterChef, vários novos cozinheiros ficam à deriva. Estão mais conhecidos e experientes do que quando entraram na competição, mas sem a repercussão e os desafios que o reality proporciona. Ao longo dos anos, vários deles têm encontrado espaço para se manterem na TV e divulgarem seus trabalhos na Gazeta, emissora de São Paulo.
Atualmente, cinco ex-MasterChefs atuam em programas da Gazeta: Lee Fu Kuang, da terceira temporada de amadores, e Estefano Zaquini, da primeira, fazem suas receitas no Mulheres. Marcos Baldassari, da segunda temporada, cozinha no Revista da Cidade, assim como Francisco Pinheiro, do segundo ano de MasterChef Profissionais. Já Raquel Novais, da terceira temporada dos amadores, tem seu próprio programa, Cozinha Amiga.
Tirando Francisco, nenhum deles trabalhava com gastronomia antes do MasterChef, e todos concordam que a atração abre muitas portas para quem quer mudar de área. Mas, quando o programa termina, são poucos os que têm oportunidades de abrir seus restaurantes ou até de seguir na Band (como Raul Lemos, que até hoje apresenta a prévia do MasterChef).
É aí que entra a Gazeta "mãezona". "Antes do MasterChef eu não tinha perspectiva nenhuma, jamais imaginei que estaria na TV até hoje. Eu era serralheiro, se não tivesse entrado para o programa poderia ser serralheiro até agora. A Gazeta me chamou logo após o reality, comecei indo uma vez por mês, agora vou uma vez por semana", diz Estefano Zaquini.
Especializado em doces, ele se formará na faculdade de Gastronomia neste ano. Já trabalhou no restaurante do chef Erick Jacquin durante três anos, dá aulas de confeitaria em uma rede de supermercado e faz suas receitas no Mulheres toda quinta-feira.
Ele conta que ficou muito nervoso ao fazer seu "voo solo" num programa, mas acredita que o Mulheres lhe ajudou a cozinhar melhor na TV, olhando para câmera. Lee também acha que evoluiu na TV, principalmente pelo fator ao vivo. "É outra história, é muito melhor. Ao vivo é mais estimulante, a gente fica mas alerta. Não pensei que fosse tão bom, é exatamente o que eu queria fazer", diz o cozinheiro.
Conhecido no Mulheres como Dr. Lee, ele diz que apenas a Gazeta entendeu sua proposta de culinária. Médico oncologista, tem um projeto chamado Gastronomia de Inclusão, em que ensina receitas para pessoas com restrições alimentares. Ele entende o que determinadas doenças ou condições fazem com o corpo e apresenta formas sofisticadas e saborosas de alimentação.
Ainda assim, Lee ressalta que seu sustento não vem da Gazeta. A emissora serve aos ex-MasterChefs apenas como um palco para se projetarem.
"Meu trabalho como médico é o que me dá sustento. Mas quero que as pessoas melhorem a relação com comida. Tenho muito prazer de fazer [o Mulheres] e vejo que as pessoas dão retorno. A ideia não é retorno financeiro. Acho interessante abrir uma visibilidade", explica.
"Esses programas são bons, para crescimento pessoal, realização, e são uma forma de divulgação de seu trabalho. Acaba sendo uma ferramenta de venda também. A Gazeta é sensacional, e eles têm uma audiência forte em São Paulo, que é meu maior mercado. Mas passar meus conhecimentos para o pessoal de casa é o verdadeiro pagamento. Dá mais sentido ao caminho que estou seguindo. Fora que me divirto muito", afirma Marcos Baldassari.
Diferentemente de Lee e Estefano, ele seguiu outro caminho de negócios na gastronomia. Baldassari trabalha com eventos, serviço de buffet e cardápios temáticos. Além da Gazeta, ele também faz culinária nos programas Vida Melhor (RedeVida), Santa Receita (TV Aparecida) e Melhor da Tarde (Band).
divulgação/gazeta
O médico Lee Fu Kuang, que faz comidas saudáveis no Mulheres e é conhecido como Dr. Lee
Futuros apresentadores?
O sonho distante deles, contudo, ainda é ter um programa solo. Por enquanto, Raquel Novais é quem chegou mais perto. Ela é dona de uma empresa de catering e apresenta o Cozinha Amiga às segundas (o programa tem um culinarista no comando a cada dia, de segunda a sexta).
"Hoje eu vivo só de gastronomia, é uma luta diária. A visibilidade da Gazeta ajuda bastante a manter a relevância. Comecei como culinarista convidada até que surgiu oportunidade no Cozinha Amiga, pra renovar elenco. Passei no teste e fiquei muito feliz, é um desafio muito grande, tem que dominar a câmera. Eu tinha mini-infartos toda vez que ia apresentar. Mas a rotina de trabalho é deliciosa, a Gazeta é uma família", diz.
"Estar lá para a gente [ex-MasterChefs] é uma grande oportunidade e uma troca mútua. Pessoas que participaram de realities têm seus seguidores, sua influência [nas redes sociais]; trazem seguidores para a Gazeta e vice-versa. É uma chance de continuar em evidência, em desenvolvimento, de manter o sonho", resume.
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