O BRASIL TÁ VENDO
Reprodução/Multishow
A participante Vitória passa frio no primeiro episódio de Se Sobreviver, Case, reality do Multishow
REDAÇÃO
Publicado em 30/7/2020 - 6h50
O Multishow estreou na última segunda-feira (27) o programa Se Sobreviver, Case, em que participantes têm de testar a força e a resistência de seus relacionamentos enquanto estão tentando sobreviver na Mata Atlântica, nus. A atração oferece ao público uma boa dose de sofrimento e constrangimento, assim como outros reality shows brasileiros.
Esse é o assunto principal do podcast O Brasil Tá Vendo, do Notícias da TV. No quinto episódio, os jornalistas Fernanda Lopes e Erick Matheus Nery conversam e trazem novidades, curiosidades e bastidores sobre o universo dos realities na TV e nas plataformas de streaming.
Há exatos dez anos, estreava na Band o Busão do Brasil, em que 12 competidores tinham de ficar confinados dentro de um ônibus, que percorria várias cidades pelo país. Vários detalhes inusitados permearam o programa, como o fato de os participantes não poderem olhar pelas janelas do ônibus e de muitos deles terem transado bastante ali mesmo.
A Record também, involuntariamente, já preparou pessoas para a quarentena ao confinar 100 delas no reality A Casa, apresentado por Marcos Mion. O ambiente não tinha espaço para todos, e a situação se tornou bastante insalubre.
Confira cinco dos reality shows mais bizarros já produzidos no Brasil:
reprodução/Multishow
Os participantes Vitória Duarte e Stefano Livani pensam no que fazer com a jangada no reality
O novo reality do Multishow lembra bastante o bem-sucedido Largados e Pelados, mas não consegue se equiparar. O programa nacional tem como protagonistas quatro casais (três heteros e um formado por duas mulheres) que decidem testar seus relacionamentos com uma temporada de sobrevivência na selva. No final da experiência, eles devem escolher se vão em frente e se casam ou não.
Pelados, os casais têm de construir abrigos, fazer fogo, enfrentar desafios e circunstâncias locais, como chuva e a presença de animais silvestres. O que se vê é o já esperado sofrimento, mas o entretenimento deixa a desejar. Os participantes têm dificuldades para lidar com a experiência selvagem, e mesmo seus dramas não provocam engajamento --só causam constrangimento em quem assiste.
reprodução/band
Edgard Piccoli entrevista Aimee Graves, uma das participantes do Busão do Brasil, da Band
Em 2010, a Band recebeu mais de 30 mil inscrições de pessoas querendo entrar no Busão do Brasil. Doze conseguiram vagas e ficaram confinadas dentro de um ônibus, onde deveriam fazer todas as suas atividades. As janelas eram cobertas com uma película, para que eles não vissem o mundo lá fora e ficassem isolados mesmo.
A cada semana, o ônibus parava numa cidade, e os participantes realizavam provas. Quem se dava mal ia para a "lama", e a cada semana um era eliminado. Apresentado por Edgard Piccoli, o reality não teve sucesso de audiência, apesar de mostrar os competidores tomando banho nus e vivendo breves romances rodoviários. O vencedor levou o prêmio de R$ 1 milhão, e o Busão não teve segunda temporada.
divulgação/Record
Marcos Mion em frente à residência em que foi gravado o reality A Casa, com 100 pessoas
Exibido na Record em 2017, o reality colocou 100 pessoas dentro de uma casa projetada para apenas quatro pessoas viverem. Era como se cada habitante tivesse apenas um metro quadrado de área "privativa". Além disso, não havia comida e itens básicos para todos, como artigos de higiene pessoal e cobertores. Todos os objetos e mantimentos "extras" que os participantes quisessem seriam descontados do prêmio final, que a princípio era de R$ 1 milhão.
Essa dinâmica obviamente servia para gerar conflitos, levar os participantes a seus limites e fazer com que eles fossem desistindo do programa. Isso de fato aconteceu, mas não provocou grande engajamento do público --que sequer conseguiu aprender os nomes dos participantes. Com alto nível de insalubridade, A Casa perdeu ibope ao longo de sua primeira temporada. Nunca houve uma segunda edição.
reprodução/SBT
A participante Patrícia se submeteu às experiências do reality Solitários, exibido no SBT
O reality show Solitários foi divulgado pelo SBT como "uma experiência social", mas era basicamente uma experiência de pequenas torturas físicas e mentais. Os dez participantes ficavam confinados sozinhos em celas e tinham que passar por testes físicos e psicológicos.
As condições às quais eram submetidos eram precárias: eles passavam frio, calor, fome, cansaço, sono e até falta de higiene --não tinham direito a banho. O programa era apresentado por uma robô de inteligência artificial chamada Val e dava R$ 50 mil em barras de ouro para o participante mais resistente.
reprodução/Gazeta
Cena de barraco na Casa dos Desesperados, cujo prêmio era R$ 1.000 e uma cesta básica
Casa dos Desesperados foi um quadro exibido dentro do programa Festa do Mallandro (1998-2002), de Sérgio Mallandro. A ideia era fazer uma versão humilde da Casa dos Artistas, do SBT. O reality confinava em um pequeno apartamento gente de todo tipo, como homossexuais, transexuais, anões, obesos e mulheres em trajes mínimos, todos em busca do prêmio de R$ 1 mil e uma cesta básica.
Com muitos barracos e dificuldades (as pessoas brigavam muito para terem o que comer, por exemplo), a Casa dos Desesperados se popularizou e chegou a deixar a Gazeta em segundo lugar no Ibope.
Para saber mais sobre o universo dos reality shows, acompanhe o podcast O Brasil Tá Vendo. Você pode ouvir o segundo episódio pelo link abaixo ou pelas plataformas Deezer,Spotify, Google Podcasts e Apple Podcasts.
Ouça "#5 - Se Sobreviver, Case e os reality shows mais bizarros do Brasil" no Spreaker.
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