LUTO
Reprodução/Record
O apresentador Gugu Liberato no Power Couple Brasil, reality que apresentou na Record
REDAÇÃO
Publicado em 22/11/2019 - 21h22
Nos quase 40 anos de carreira televisiva, Gugu Liberato (1959-2019) teve muitos altos e baixos. Em 2003, chegou ao fundo do poço ao exibir uma entrevista falsa com supostos integrantes do PCC. Sua credibilidade no SBT nunca mais foi a mesma, mas o apresentador deu a volta por cima e se redimiu diante do público à frente dos reality shows da Record.
O ponto mais baixo da trajetória de Gugu ocorreu em 7 de setembro de 2003. Naquela edição do Domingo Legal, o programa anunciou uma conversa do repórter Wagner Maffezoli com dois homens que diziam fazer parte da cúpula da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Os encapuzados fizeram ameaças de morte aos apresentadores José Luiz Datena, Marcelo Rezende (1951-2017) e Oscar Roberto Godói, e ao então vice-prefeito de São Paulo, Hélio Bicudo (1922-2018). Também assumiram a autoria de uma tentativa de sequestro ao padre Marcelo Rossi, que havia ocorrido na semana anterior.
Rezende, que na época apresentava o Repórter Cidadão, da RedeTV!, foi o primeiro a acusar a reportagem de ser forjada. O Brasil Urgente e o Cidade Alerta também começaram a investigar a farsa. E até o próprio PCC soltou um comunicado no qual afirmava que os dois supostos integrantes não faziam parte da facção e que não havia ameaçado ninguém de morte.
No dia 15 daquele mês, Gugu foi ao programa da colega Hebe Camargo (1929-2012) e disse que não havia visto a reportagem antes de ela ir ao ar e responsabilizou a equipe do Domingo Legal pelo ocorrido. Dois dias depois, um inquérito da Polícia Civil concluiu que a entrevista era mesmo forjada. O SBT foi punido com a suspensão da edição de 21 de setembro do Domingo Legal.
Gugu ficou durante mais seis anos à frente do dominical do SBT, mas já não tinha o prestígio pré-PCC e nem disputava a audiência semana a semana com o Domingão do Faustão, que voltou a ser líder isolado e nunca mais foi ameaçado.
Em 2009, o apresentador revelou que estava de mudança para a Record --um anúncio que pegou seus fãs de surpresa, já que Liberato era visto como um sucessor natural de Silvio Santos dentro do SBT.
reprodução/record
Gugu Liberato entrevistou Suzane von Richthofen na estreia do Programa do Gugu, em 2009
Na emissora de Edir Macedo, Gugu estreou com o formato no qual fez sucesso, à frente de um programa de auditório, entre 2009 e 2013 e, depois, de 2015 a 2017. Ele chamou a atenção logo em sua reestreia, em 2015, ao exibir uma entrevista exclusiva com Suzane von Richthofen. Em 2016, também causou ao abrir o túmulo de Dercy Gonçalves (1907-2008) para checar se ela havia sido enterrada em pé (não foi).
Apesar de alguns casos isolados, a repercussão de Gugu à frente do seu programa de auditório nunca repetiu os níveis que ele atingia no auge do Domingo Legal, e a Record decidiu investir no artista como apresentador de reality show.
Em abril do ano passado, Liberato fez sua estreia à frente de um formato comprado, o Power Couple Brasil, que nas duas edições anteriores havia sido comandado por Roberto Justus. O programa passou a ter edições diárias e Gugu foi muito elogiado por crítica e público por conseguir ser espontâneo, uma característica que seu antecessor nunca havia demonstrado na atração.
O próprio apresentador admitiu que não acreditou que conseguiria ser o rosto do Power Couple. "Confesso que achei que não fosse dar certo. Por isso que no ano passado eu renovei meu contrato só por um ano. Mas apresentei o Power Couple e deu certo", declarou ele em abril deste ano ao Notícias da TV.
Deu tão certo, aliás, que a Record colocou Gugu para comandar também o Canta Comigo, versão do britânico All Together Now. A segunda temporada da competição musical segue em exibição na emissora todas as quartas-feiras.
Ao Notícias da TV, Gugu afirmou que via vantagens e desvantagens por ter trocado o auditório por realities. Pelo lado positivo, ele diminuiu a autocobrança por resultados. "A Record nunca me cobrou para dar ibope no reality. Estou muito tranquilo, eu era enlouquecido pelos números. Agora não sou mais, porque não sou cobrado", disse.
Porém, workaholic por natureza, o apresentador declarou que comandar um formato exigia pouca dedicação dele. "Nunca me esforcei tão pouco intelectualmente no trabalho como agora. Comandar reality é mais fácil. Programa de auditório tinha que pensar em muitas coisas toda a semana", minimizou.
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