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Análise + Audiência

Com gritaria e apelação, Tá na Tela é um programa da Record na Band

Reprodução/Band

Luiz Bacci apresenta o Tá na Tela, na Band; programa lembra atrações sensacionalistas da Record - Reprodução/Band

Luiz Bacci apresenta o Tá na Tela, na Band; programa lembra atrações sensacionalistas da Record

PAULO PACHECO

Publicado em 4/8/2014 - 15h44
Atualizado em 4/8/2014 - 17h13

[Atualizado às 15h30 de 5/8/2014]

Após uma saída conturbada da Record, em maio, Luiz Bacci estreou nesta segunda-feira (4) o Tá na Tela, seu programa na Band. O apresentador havia prometido em entrevistas mesclar jornalismo e entretenimento em um programa de auditório, sonho que o fez trocar de emissora. O que o telespectador viu, entretanto, foi uma mistura dos principais programas sensacionalistas da atualidade. Tá na Tela parece um programa da Record na Band.

Com muita gritaria e apelação, Bacci abusou dos "ensinamentos" de Marcelo Rezende, seu mentor na TV, que o apelidou de Menino de Ouro. Os bordões de Rezende no Cidade Alerta foram adaptados por Bacci, como "Me dá imagens", "É exclusivo" e "Corta pra câmera".

O tom do programa também lembrou o jornalístico sensacionalista da Record. Seis crimes foram exibidos em apenas 20 minutos, com direito a trilha de terror e descrições impressionantes: "Ciúme do mal: marido matador" e "Amor bandido: funkeira morta". O "entretenimento" que Bacci prometeu antes de estrear na Band foi esquecido. Boa parte da equipe do Tá na Tela veio da Record.

O auditório, um dos desejos de Luiz Bacci em seu novo programa, foi mal utilizado. O apresentador usou a plateia para mostrar cenas fortes da cirurgia sem anestesia do curandeiro goiano João de Deus. Bacci gritou aos cinegrafistas para registrar as reações do público ao ver o milagreiro cortando as costas de uma caminhoneira com dores nas costas.

O Tá na Tela pareceu uma cópia mais sangrenta do Balanço Geral, programa que Bacci comandou na Record. O apresentador, entretanto, aparentou nervosismo e leu rapidamente o texto que aparecia na tela, inclusive deu uma bronca na equipe ao vivo e pediu para "subir o TP [teleprompter, aparelho que exibe texto para o apresentador ler]".

Aos berros, Bacci anunciou "imagens fortes" de Hilda Furacão, ex-prostituta de luxo, em um asilo em Buenos Aires, aos 83 anos. A mesma reportagem foi exibida pelo Fantástico no domingo (3). O apresentador, então, sugeriu que o programa da Globo copiou a ideia do Tá na Tela. "O Fantástico deve ter visto nossa chamada durante a semana", disse.

A reportagem "bombástica" anunciada por Bacci durante o programa inteiro não foi ao ar. A entrevista com MC Bio, principal suspeito de ter atirado em MC Daleste, ficou para amanhã. Truque batido para segurar a audiência.

O ibope, aliás, decepcionou. Com todo o sensacionalismo, Tá na Tela pouco acrescentou aos números da Band no horário: 2,7 pontos na Grande São Paulo, segundo dados consolidados. Ficou atrás de Record (3,7), SBT (4,9) e Globo (10,9).


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