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CHOQUE DE REALIDADE

CNN Brasil corta custos, revolta jornalistas e vive fim de sonho após dois anos

REPRODUÇÃO/CNN BRASIL

William Waack na CNN Brasil com um terno preto e uma gravata roxa

William Waack em seu programa na CNN Brasil: crise nos bastidores do canal de noticias dispara

GABRIEL VAQUER, colunista

vaquer@noticiasdatv.com

Publicado em 12/7/2022 - 7h00
Atualizado em 12/7/2022 - 10h51

Pouco mais de dois anos após sua estreia no país, a CNN Brasil vive uma crise nos bastidores. Se antes havia o sonho entre os jornalistas de fazer parte do projeto, hoje existe uma grande insatisfação de quem está lá. O canal de notícias realizou demissões desde o início do mês em diversos setores. Apresentadores reclamam de decisões internas, e houve ainda redução de horas ao vivo para cortar custos de produção.

Tudo isso reflete na audiência. Em junho, o canal fechou com 0,14 ponto no PNT (Painel Nacional de Televisão), o que lhe rendeu apenas um terceiro lugar entre os canais de notícias da TV paga. A Jovem Pan News, que tem custo muito mais baixo, marcou 0,16 ponto. A GloboNews ficou soberana na liderança com 0,47 ponto, impulsionada pela estreia de Andréia Sadi no Estúdio i.

Segundo apurou o Notícias da TV, alguns profissionais insatisfeitos da CNN Brasil procuram emprego em concorrentes para sair o quanto antes. A coluna soube de cinco casos, entre editores, repórteres e até mesmo um apresentador. Os profissionais bateram nas portas de GloboNews e Band, e o comentário interno é de que só ficam na CNN aqueles que não têm outro trabalho engatilhado.

Desde o início do mês, a CNN Brasil tem feito demissões em diversos setores. A empresa mandou embora pelo menos quatro profissionais, nas áreas de edição, reportagem e mídias digitais. Houve também saídas de profissionais que conseguiram encontrar espaço em outros veículos. Entre os nomes conhecidos, estão Rodrigo Maia, editor-chefe do projeto CNN Educação. Ele será substituído por Claudia Costin, que já é contratada da empresa.

Jaqueline Frizon, repórter e apresentadora que atuava no Rio de Janeiro, pediu para sair assim que voltou de férias, no início do mês. Ela já foi correspondente da RedeTV! na China e trabalhou na Band e na Globo antes de chegar na CNN, no início de 2020. O fato reduziu ainda mais a equipe fluminense da CNN, que hoje conta apenas com duas equipes de reportagem. 

CNN Brasil desliga na madrugada

Na surdina, no fim de junho, a CNN decidiu acabar mais cedo suas transmissões ao vivo. O último jornal, o Agora CNN, agora fica no ar entre 22h40 e 23h30. Nenhum outro canal de notícias encerra a transmissão em tempo real tão cedo. Desde o mês passado, não existem plantonistas no horário da madrugada. Se um fato urgente ocorrer, o telespectador da CNN só ficará sabendo na manhã do dia seguinte.

A justificativa é que os custos de manter o canal "ligado" de madrugada são altos demais. Mas a equipe não entende por que não cortar, por exemplo, o CNN Soft --que não caiu nas graças do público e tem alto custo de produção.

Mesmo com cortes, a CNN tem negociado a renovação de contrato com William Waack, ex-Globo. O apresentador é uma das estrelas contratadas para chamar a atenção do público. As conversas estão avançadas, e o anúncio de sua extensão contratual deverá ser feito em breve.

Apresentadores reclamam formalmente

A falta de comando e decisões na CNN reflete nos ânimos dos apresentadores. Evandro Cini e Elisa Veeck, que comandam o Expresso CNN entre 18h30 e 19h30, reclamaram na semana passada que não conseguem fazer o jornal no mesmo pique porque algum dos dois sempre precisa faltar para substituir outros apresentadores em outros horários. Não raramente, Cini se ausenta para fazer o matinal CNN Novo Dia e o Jornal da CNN, de Monalisa Perrone.

A direção tenta contornar do jeito que pode. Mas as notícias não têm sido animadoras. Nos bastidores, discute-se diminuir ainda mais o tempo de noticiário ao vivo no fim de semana para cortar custos. Existe também a intenção de mudar novamente a programação diária, que não teve boa resposta de audiência.

Questionada pelo Notícias da TV sobre a crise nos bastidores, a CNN Brasil enviou apenas o seguinte comunicado: "A CNN Brasil não comenta contratos específicos de profissionais e reitera a confidencialidade dessas relações". A reportagem insistiu por um posicionamento sobre todos os pontos cintados neste texto, mas não houve resposta complementar.


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