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Cena de Parados na Fronteira, do A&E; série mostra o cotidiano das operações nas fronteiras da América Latina
Acompanhar o trabalho das autoridades nas divisas da América Latina para impedir o tráfico ilegal e o contrabando é a proposta de Parados na Fronteira, nova série do A&E. No programa, o telespectador é levado para 15 pontos limítrofes do México, Colômbia, Chile, Bolívia, Peru e Brasil --que, infelizmente, tem os casos e os números mais vergonhosos.
O A&E levou um ano e meio para gravar 15 episódios pela América Latina. Diferentemente de outros produtos do gênero, que mostram a movimentação nos aeroportos, Parados na Fronteira desvenda a atuação da polícia por terra, céu e mar.
A cada semana, o público poderá ver a ação de agentes para impedir o tráfico ilegal de divisas, pessoas, mercadorias, armas e drogas. A ação das autoridades é implacável. Dentro desse enredo, a série colecionou dezenas de pessoas que arriscam tudo para burlar as leis, além de situações peculiares e outras dramáticas.
A atração é narrada pelo mexicano Julio Bracho, que apesar de ficar impressionado com a sagacidade dos criminosos, teve compaixão ao contar alguns fatos. "As histórias que me impactaram têm a ver com a humanidade. Você vê casos de pessoas que fazem ou cometem atos ilícitos por necessidade", explica ao Notícias da TV.
Parados na Fonteira: drama, casos insólitos e realidade das fronteiras da América Latina
"Tem um caso específico que aconteceu na fronteira do Brasil, de contrabando de celulares. Você vê que a pessoa [uma mulher] faz aquilo por necessidade. Você vê que não é uma delinquente comum ou recorrente. Talvez a obrigaram. Essa é a parte que mais me impactou em Parados na Fronteira", reflete. A detenção da brasileira citada por ele será mostrada no segundo episódio.
Infelizmente, o Brasil figura como protagonista em diversas ocorrências negativas. É o que relata Sérgio Naranjo, coordenador do projeto DC Aircop da ONU (Organização das Nações Unidas) para a América Latina e responsável pelo treinamento dos policiais que barram a criminalidade.
"Atualmente, o aeroporto com maior apreensão de drogas na América Latina é o de Guarulhos, em São Paulo. Estamos falando de 1,6 toneladas de cocaína em passageiros ao ano. Isso é muito. É quase uma pessoa, uma mula, por dia", conta ele.
Além de entorpecentes, há também transações ilícitas de joias, obras de arte, animais e situações horripilantes de tráfico de pessoas e crianças. "Esse tipo de ação é bastante grave e, infelizmente, muito frequente na América Latina. O Brasil, a Argentina e a Colômbia têm muito tráfico de pessoas para exploração sexual", assinala o especialista.
Por estar na cola das autoridades, que por consequência estão atrás dos criminosos, Juana Maria Torres, diretora da série, entrega que prefere o termo docu-reality para o programa. "Documentamos a realidade de 15 pontos fronteiriços por terra, céu e depósitos de carga. Esse é o nosso diferencial, porque você pode ver o que acontece na fronteira, em um aeroporto ou na inspeção do serviço postal", explica.
A diretora frisa que entre tantas histórias impactantes, o telespectador muitas vezes é chamado a refletir diante momentos trágicos. "Uma ocorrência que me impressionou foi a que registramos no Aeroporto Internacional Viru Viru, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, onde as autoridades detectaram uma senhora que viajava com a filha ,de sete ou oito anos", relembra.
A polícia encontrou divergências na documentação da mulher. Ao investigarem mais, descobriram que ela havia engolido quase 50 cápsulas com drogas. "Ela foi presa e não havia ninguém para se responsabilizar pela criança. Foi dramático. As autoridades me contaram que essa modalidade é cada vez mais frequente. As mulas viajam com crianças e famílias completas para despistar", lamenta.
Parados na Fronteira estreia nesta segunda-feira (2), às 20h30, no A&E. Por causa do lançamento, o canal exibirá dois episódios hoje. Confira uma prévia do programa:
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