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Besouro

Após polêmica, Globo fará série com super-herói negro capoeirista

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Aílton Carmo como Besouro no filme homônimo de 2009: personagem vai virar série na Globo em 2020 - Reprodução

Aílton Carmo como Besouro no filme homônimo de 2009: personagem vai virar série na Globo em 2020

DANIEL CASTRO

Publicado em 24/8/2018 - 6h03

A Globo já iniciou o desenvolvimento de uma série em que o protagonista será um super-herói negro que combate o crime e as injustiças sociais com golpes de capoeira. A produção ganhou força depois que a emissora foi acusada de racismo por ter escalado um elenco predominantemente branco para Segundo Sol, uma novela ambientada na Bahia, onde 76% das pessoas se declaram de pele parda ou preta.

A série será livremente inspirada no filme Besouro, dirigido pelo cineasta e produtor João Daniel Tikhomiroff em 2009. O longa, por sua vez, é baseado numa história real, a de Manoel Henrique Pereira (1895-1924), o Besouro Mangangá, um capoeirista que se tornou uma lenda e até hoje é cultuado pelo movimento negro.

No filme, Besouro é apresentado como um justiceiro, um combatente dos desmandos dos fazendeiros do Recôncavo Baiano que tratam os negros como escravos quase três décadas após a abolição da escravatura no país, nos anos 1920.

Aílton Carmo salta em sequência de capoeira no longa Besouro, de João Daniel Tikhomiroff (Divulgação)

O Besouro do cinema é exímio lutador de capoeira, a ponto de praticamente "voar" quando salta, e tem o "corpo fechado", protegido que é por entidades do Candomblé. Disponível na Netflix, o longa de Tikhomiroff goza de prestígio internacional, com nove prêmios. Algumas de suas sequências inspiraram o hollywoodiano Pantera Negra (2018).

O Besouro da Globo, segundo uma alta fonte na emissora, terá apenas o personagem do longa e dos livros que retratam sua história. O herói será deslocado para um grande centro urbano, São Paulo ou Rio de Janeiro, e deverá perder ou ocultar sua intensa relação com o Candomblé, para não afugentar católicos e evangélicos.

Mas será sobretudo uma produção inclusiva, com um herói negro e elenco majoritariamente negro.

A série também se passará nos dias de hoje, e não na década de 1920, como o filme e a história real. Em comum com o longa, deverá ter muita ação, lutas coreografadas e efeitos especiais.

Já está acertada que a direção-geral será de João Daniel Thikomiroff, fundador da Mixer Films, uma das maiores produtoras independentes do país, responsável por produtos como A Garota da Moto (SBT), O Negócio (HBO), Rio Heroes (Fox) e Águias da Cidade (HBO).

Os argumentos e personagens da série estão atualmente em desenvolvimento, sob o comando de Gloria Perez, na Casa dos Roteiristas, um espaço da Globo que reúne profissionais para criar e escrever ficção. Ainda não há nomes reservados para o elenco. As gravações devem ser no ano que vem e a estreia, em 2020.

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