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NO GLOBOPLAY

Após morrer com mágoa da Globo, Gilberto Braga ganha homenagem tardia

REPRODUÇÃO/CANAL VIVA

Gilberto Braga, em entrevista ao Canal Viva

Gilberto Braga (1945-2021): autor de novelas de sucesso morreu em 2021 insatisfeito com emissora

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 9/10/2023 - 14h00

Gilberto Braga (1945-2021) será homenageado pela Globo em dose tripla. Duas novelas de sucesso dele, Pátria Minha (1994) e Escrava Isaura (1976) chegam ao Globoplay neste mês. A emissora ainda escalou Paraíso Tropical (2007) para substituir Mulheres Apaixonadas (2003) no Vale a Pena Ver de Novo a partir de dezembro. O dramaturgo morreu em 2021 com mágoa pelo fracasso de sua última produção, Babilônia (2015).

Pátria Minha chega ao streaming da Globo nesta segunda (9). A trama aborda questões éticas e morais e a corrupção na sociedade brasileira, temas que se tornaram marca de Braga em sucessos como Dancin Days (1978), Vale Tudo (1988) e Celebridade (2003).

Na história, Alice (Cláudia Abreu), uma estudante idealista, vai travar confrontos com Raul Pelegrini (Tarcísio Meira), empresário que está envolvido em negócios golpistas. Renata Sorrah, Rodrigo Santoro, Fábio Assunção, José Mayer, Patrícia Pillar e Vera Fischer estão no elenco.

Já Escrava Isaura estreia dia 23 no Globoplay. A obra é inspirada no livro de Bernardo Guimarães (1825-1884). A novela pincela a luta abolicionista no Brasil através da paixão entre um senhor e sua escrava. Lucélia Santos dá vida à protagonista Isaura, que encara a obsessão de Leôncio, personagem de Rubens de Falco (1931-2008).

Mágoa com a Globo

Gilberto Braga morreu em 2021 após complicações de uma infecção sistêmica. O novelista tinha mágoa da Globo por ter sido culpado pelo fracasso de audiência e crítica de Babilônia (2015), seu último folhetim na emissora carioca. Na época, a Globo enfrentava um período de crise com a ascensão da novela bíblica Os Dez Mandamentos (2015), na Record.

A história das vilãs Beatriz (Gloria Pires) e Inês (Adriana Esteves) não cativou o público e afugentou os telespectadores, que já começavam a trocar a Globo pela Record desde a baixa de Em Família (2014).

Em entrevista ao jornal O Globo em maio de 2015, Braga rompeu o silêncio. "Até agora eu sofro a humilhação pública diária de perder para a novela das 19h, I Love Paraisópolis", lamentou.

"Estou satisfeito com o resultado, não acho que seja ruim. Mas deu muito trabalho refazer. Está dando muito trabalho. Agora estou improvisando. A gente [João Ximenes e Ricardo Linhares, também autores da trama] se reúne aos sábados para fazer história juntos. Felizmente, gosto de tudo o que está no ar. Por que a audiência não sobe? Eu não sei", comentou ele.

Braga criticou o núcleo de dramaturgia, na época comandado por Silvio de Abreu, que deixou a empresa em 2020. "Tenho queixa da entrega da sinopse. Tinha cafetão e garota de programa, era forte e ninguém falou nada. Depois que a novela entrou no ar falaram: cafetão e garota de programa não pode. Tinham que ter me avisado na sinopse", reclamou o escritor.


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