Felizes para Sempre
Fotos Zé Paulo Cardeal/TV Globo
Paolla Oliveira usa disfarce com peruca em gravação de cena de Felizes para Sempre, que estreia em janeiro
DANIEL CASTRO
Publicado em 19/10/2014 - 12h18
Esqueça a Paolla Oliveira mocinha sofredora e heróica de Insensato Coração (2011) e Amor à Vida (2013). Nos dez episódios de Felizes para Sempre, minissérie que abre em janeiro as comemorações dos 50 anos da Globo, a atriz interpretará uma personagem diferente de tudo o que já fez em sua carreira de dez anos. Será uma prostituta lésbica, que usa mais de 20 disfarces e tira a roupa para apimentar a relação de casais em crise.
Denise, ou Dany Bond, a personagem de Paolla, não é protagonista nem antagonista, nem boa nem má, mas é central na história de Euclydes Marinho e Fernando Meirelles. Ela desestrutura todos os demais personagens. Começa a minissérie tentando salvar o casamento do empreiteiro Cláudio (Enrique Diaz) com Marília (Maria Fernanda Cândido). Ambiciosa, se envolve com os dois e com outros casais (entre eles Adriana Esteves e João Miguel, João Baldasserini e Carol Abras) e desencadeia uma trama que culmina em morte.
A minissérie é uma releitura de Quem Ama Não Mata, exibida em 1982. Do mesmo Euclydes Marinho, as duas têm em comum apenas o ponto de partida: cinco casais e um crime passional, e aqui só se saberá quem morre e quem mata no final. Apesar de se passar em Brasília, não há personagens políticos; há, sim, um ambiente corrompido, com falcatruas e uso de nomes falsos.
Segundo a sinopse de Felizes para Sempre, seus personagens são "exemplos perfeitos de casamentos imperfeitos, do limite da ambição, da falta de escrúpulos, da falsa moral. Vivem de aparências. Controlam e descontrolam seus desejos, mas não deixam de satisfazê-los. Gozam da vida. E mentem _muito, principalmente para eles mesmos. Traem. Corrompem. Deixam-se corromper. Naturalmente, todo esse emaranhado se desenrola até que uma jovem garota de programa entra em suas vidas, desestabilizando o (des)equilíbrio da família. Agora, é matar ou morrer: todos podem vestir a carapuça ou disparar contra o alvo. E, assim, o crime passional acontece. Qualquer um pode ser a vítima. Todo mundo pode ser o algoz. Viverão os personagens felizes para sempre?".
O cineasta Fernando Meirelles tem dito que vai "apresentar a verdadeira Paolla Oliveira". Ela demonstra segurança. "Eu acho que o desafio é justamente interpretar uma mulher que não é 100% boa nem 100% má e tem mil facetas: é meiga, carismática, venenosa, ambiciosa, romântica, mocinha, vilã", diz a atriz sobre sua personagem, que também é estudante universitária e tem uma namorada (interpretada por Martha Norwill).
De longe, Denise/Dany Bond é a personagem mais complexa da carreira de Paolla _e não só pelo fato de usar perucas e se passar por outras pessoas. "Ela tem o perfil 'eu sou inteligente, sou culta'. Ela tem várias caras, visuais diferentes, interpreta vários papéis, ela mente que nem sente. Acho que Denise também está encontrando quem ela é", diz.
Paolla Oliveira, sem disfarce, em locação de Felizes para Sempre em Brasília
Na semana passada, em um intervalo das gravações que terminaram ontem (19), Paolla respondeu, por e-mail, às seguintes perguntas do site:
Notícias da TV - Como você se preparou para interpretar Dani Bond?
Paolla Oliveira - Eu vi filmes, vídeos, conversei com pessoas. A própria dramaturgia e a relação dela com os outros personagens me ajudaram a entender um pouco a personalidade confusa, forte e cheia de dubiedades que ela tem.
Notícias da TV - O público deve esperar uma Paolla totalmente diferente da que conhece nas novelas? Isso não te dá um pouco de medo?
Paolla - Não. Acredito que o prazer do ator é exatamente conseguir se modificar. As oportunidades que já tive nas novelas foram todas especiais para mim. Esse papel é diferente, vibrante e contada de uma outra maneira também.
Notícias da TV - Sua personagem tem cenas calientes com homens e mulheres. Como está sendo essa experiência?
Paolla - Ela se relaciona com diferentes personagens da história. As relações mais íntimas foram filmadas com muita delicadeza pelos diretores da O2. Se não há exposição gratuita e fazem parte de um contexto, também contam a história.
Notícias da TV - Qual o papel de Dani Bond na minissérie? Ela é destruidora de casamentos?
Paolla - Acho que é o contrário! A Dany Bond entra na vida dos personagens justamente para dar uma apimentada, uma renovada nos casamentos. Até que ela entra na vida de uma família já desestabilizada e as coisas saem do esperado.
Notícias da TV - Você se cansou de interpretar mocinhas boas como a Paloma de Amor à Vida? Procura uma virada na carreira?
Paolla - Não tem por que me cansar dos personagens que já fiz. São tão bons quanto tantos outros. Mas uma virada é sempre bom, principalmente quando é com um personagem tão rico e intrigante como este.
Notícias da TV - Mudando um pouco de assunto: você é um nome forte na publicidade. Quais critérios usa para fechar um contrato publicitário?
Paolla - Fiquei surpresa em ler uma pesquisa feita este ano em que meu nome aparecia como uma das principais artistas que indicavam credibilidade, elegância... Fico feliz em saber que levo uma imagem positiva ao público.
Tenho um padrão de escolha que é me identificar de alguma maneira com o que anuncio e realmente participar da campanha. Visto a camisa mesmo, e talvez por isso as pessoas acreditem no que estou anunciando. Não sei te dizer quantas marcas já representei. Sei que hoje sou porta-voz, por exemplo, da Clear, que é uma campanha que vai para o mundo inteiro.
Notícias da TV - Seu marido, Joaquim Lopes, está fazendo um papel forte na pele do homofóbico Enrico de Império. Você consegue acompanhar a novela?
Paolla - Sou super fã dele. Assisto à novela quando consigo, e quando não consigo ver na TV, assisto na internet. Acho que é um personagem difícil e intenso e que ele está totalmente inteiro e entregue. Todas as sequências com a família, especialmente com o pai, são incríveis.
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