JORNALISTA PREMIADO
REPRODUÇÃO/RECORDTV
Luiz Carlos Azenha em uma de suas últimas reportagens na Record: jornalista premiado foi demitido
Um dos repórteres mais conhecidos da Record, Luiz Carlos Azenha foi demitido da emissora no início da noite da última quinta (15). O fato chocou a todos que trabalham na Redação do Jornal da Record, onde Azenha atuava exclusivamente e tinha destaque com reportagens mais aprofundadas sobre assuntos variados. A saída dele faz parte de uma reformulação que a empresa vai fazer no telejornal para o ano de 2023 e também foi motivada por um corte de custos que a Record tem tentado implementar para fechar as contas.
O Notícias da TV confirmou a demissão de Azenha com diversas fontes, e todas relataram que o repórter, assim como editores e produtores, ficaram perplexos.
Azenha tinha um dos salários mais altos do Jornalismo da Record, muito por conta de seu prestígio conquistado na carreira. Contratado em outubro de 2008, ele passou pela Rede Manchete (1983-1999), onde foi correspondente nos Estados Unidos. Na falida TV de Adolpho Bloch, cobriu a queda do muro de Berlim, que dividia a Alemanha comunista e capitalista, por exemplo.
Entre 1994 e 1998, passou pelo SBT, onde também fazia material nos Estados Unidos, além de participar das transmissões da Fórmula Indy, narradas por Téo José. Em 1999, foi contratado pela Globo, ainda como correspondente nos EUA, entre 2001 e 2004.
Ao voltar ao Brasil, ficou na Globo até 2007, como repórter especial em São Paulo. Foi demitido da empresa e contratado posteriormente pela Record, que tentava ter um Jornalismo com linguagem semelhante à líder para tentar conquistar o primeiro lugar nos números de audiência.
Na Record, fez reportagens especiais principalmente para o Jornal da Record e para o Domingo Espetacular, revista eletrônica dominical da vice-líder.
Em 2013, Azenha ganhou o Prêmio Esso de Telejornalismo pela série de reportagens A Criança e a Tortura, veiculada pelo Jornal da Record naquele ano. O material, de cinco partes, resgatou as histórias de crianças e seus pais torturados durante a Ditadura Militar (1964-1985).
Procurada pelo Notícias da TV, a Record não se pronunciou. Azenha também foi procurado e não respondeu aos contatos. As tentativas de contato com ambos foram realizadas desde a manhã desta sexta (16), por telefone, email e WhatsApp. Caso ele e a emissora se pronunciem, a reportagem será atualizada.
A Record vive um momento de cortes para se readequar à realidade do mercado. Nesta semana, a Igreja Universal do Reino de Deus assumiu a produção das novelas bíblicas da emissora. Com isso, a Record só vai pagar pelo capítulo pronto, em condições mais vantajosas.
A emissora também vem negociando com Rodrigo Faro uma substancial redução de salário: dos atuais R$ 1,2 milhão por mês para cerca de R$ 300 mil, com valores extras vindos de merchandising.
O contrato de Faro vence em janeiro, e a Record propôs renová-lo. No mês passado, no entanto, a emissora abriu negociações com Fausto Silva, da Band, para assumir a faixa do Hora do Faro, aos domingos. Se desse certo, a emissora iria propor a Faro um programa aos sábados.
Faustão, porém, não aceitou a proposta da Record (em torno de R$ 1 milhão) e resolveu permanecer na Band, como informou o Notícias da TV com exclusividade.
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