Faustão rejeita sondagem da Record e segue na Band: 'Lá tenho liberdade'

A Record tentou, mas não levou. Fausto Silva, apesar dos rumores de que estaria insatisfeito na Band, continua na emissora em 2023. "Lá tenho liberdade e me pagam direitinho", disse o apresentador com exclusividade ao Notícias da TV. O que não está certo ainda é se o Faustão na Band seguirá diário, de segundo a sexta, ou se ocupará o horário nobre um ou dois dias por semana. O martelo deve ser batido nas duas próximas semanas.

A Record sondou Fausto Silva, 72 anos, para um programa dominical. Executivos da emissora de Edir Macedo andam descontentes com a audiência e o desempenho comercial do Hora do Faro, tanto que o contrato de Rodrigo Faro vence em 2023 e ainda não foi renovado.

Faustão jantou recentemente com Antônio Guerreiro, vice-presidente de Jornalismo da Record. A ideia de levá-lo para a emissora, no entanto, partiu da área comercial. Se vingassem as negociações com Fausto Silva, Faro migraria para os sábados (se aceitasse, obviamente).

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O ex-rei dos domingos, que deixou a Globo no ano passado após 32 anos de casa, tem contrato de cinco anos com a Band. Mas pode deixar a emissora a qualquer momento, sem pagamento de multa. A Band também pode dispensá-lo sem qualquer indenização pelo tempo restante de contrato.

Fausto, contudo, está disposto a cumprir o contrato. Ele entende que as dificuldades que seu programa vem enfrentando (não deu a audiência nem o faturamento desejados) são resultados de um ano "desastroso". Guerra na Ucrânia e eleições presidenciais foram dois fatores que prejudicaram muito o faturamento da TV aberta neste ano. Grandes anunciantes, redes varejistas venderam menos e cortaram investimentos publicitários.

O Faustão na Band, apesar de não ter sido o sucesso esperado, tem disputado o posto de segunda maior audiência da emissora, atrás do Jornal da Band e, frequentemente, do Brasil Urgente. Sua média tem sido de 3 pontos na Grande São Paulo. E, de acordo com o apresentador, o programa responde por 60% de todo o faturamento da casa.

O desafio em 2023 será melhorar a rentabilidade do programa, reduzindo custos e aumentando as receitas. Isso, contudo, vai depender da periodicidade da atração. Especula-se que, passando a ter edições apenas nas noites de domingo ou quarta-feira, por exemplo, teria mais audiência, mas o faturamento cairia.

Por enquanto, é certo que o Faustão na Band continua diário até o final de fevereiro. Nos dois primeiros meses do ano, devido à "pasmaceira do mercado", a Band irá reprisar seus melhores momentos, mas com atualizações.

Crise nos bastidores

O Faustão na Band enfrentou crises nos bastidores logo após sua estreia, em 17 de janeiro. O bom desempenho na estreia, com picos de 9,9 pontos, não se confirmou nos dias seguintes, e a falta de anunciantes obrigou a produção a fazer os primeiros cortes. No final de janeiro, um acordo com o Bradesco, no valor de R$ 89 milhões, deu fôlego à atração.

Os bastidores, porém, continuaram tensos. Em março, apenas dois meses após a estreia, Faustão viu sua irmã, Leonor Corrêa, uma das diretoras do programa, deixar a produção. A crise nos bastidores teria sido o motivo da saída da profissional. Oficialmente, no entanto, Leonor saiu porque a Band a convocou para tocar um projeto de recuperação do acervo e de produção de dramaturgia e documentários.

Os cortes de custos continuaram no segundo semestre. Em agosto, Faustão parou de bancar uma caravana que vinha do Rio de Janeiro para as gravações e deixou de pagar uma churrascaria para que a plateia comesse antes dos trabalhos. Demissões de bailarinas e produtores também entraram no roteiro.

Por causa do faturamento abaixo do esperado, a Band se viu obrigada a voltar com atrações religiosas.

Johnny Saad, dono da empresa, negociou duas horas da faixa matinal para R.R. Soares, que ocupava a faixa de Faustão até o ano passado. O fato deixou principalmente gente do Jornalismo triste, já que a Record era ameaçada no horário pelo Bora Brasil, comandado por Joel Datena, filho de José Luiz Datena.