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CRISE NA ESTREIA

Antes de demissão, funcionários do Loading atuavam em condições precárias

Reprodução/Instagram

Parte da redação do canal Loading, em São Paulo

Parte da redação do Loading; funcionários demitidos acusam condições precárias para trabalhar no canal

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 12/12/2020 - 14h52
Atualizado em 12/12/2020 - 16h22

Demitidos do Loading apenas quatro dias depois do lançamento do canal, a equipe do programa Metagaming trabalhou em condições precárias durante três meses antes da aguardada estreia na TV aberta e no streaming. Atuação sem contrato assinado, falta de equipamentos decentes para a realização das atrações e ausência de protocolos para a proteção contra a Covid-19 foram algumas das críticas feitas ao Notícias da TV.

Segundo fontes ligadas ao canal, uma reunião foi realizada em caráter urgente na semana passada entre a equipe do Metagaming e a direção do Loading. Nela, os então funcionários pediram condições adequadas para seguir trabalhando após estreia oficial, ocorrida na segunda (7).

Entre os pedidos estavam a compra de equipamentos e aparelhos digitais para a realização e exibição do programa acontecerem sem maiores problemas, além da apresentação dos contratos e planos de saúde prometidos quando as contratações foram feitas. A reportagem apurou que apenas os equipamentos foram entregues.

Sobre o protocolo de segurança para a proteção contra a Covid-19, as informações adquiridas pelo Notícias da TV são de que não há um definido. O canal realiza apenas a medição de temperatura na entrada da sede --todos da equipe trabalhavam de forma presencial. 

De acordo com informações publicadas inicialmente pelo UOL e confirmadas pela reportagem, os funcionários do canal trabalham há meses, durante a pandemia, sem contratos, benefícios e planos odontológico e de saúde. No caso do último, há uma carência de três meses para toda a cobertura do convênio médico.

Na manhã desta sexta (11), dia em que foi informada a demissão da equipe do Metagaming, a direção do canal apresentou pela primeira vez os contratos de efetivação e de rescisão, com a intenção de realizar os desligamentos às pressas. Os funcionários, no entanto, se recusaram a assinar sem a presença de um advogado.

Interferência em pautas

O Notícias da TV confirmou com fontes que a direção tentou interferir em pautas com temas "polêmicos" no mundo dos games. Em reunião realizada nesta quarta (9), ao citar o exemplo de reportagens envolvendo estupro, um membro da chefia exigiu que a equipe encontrasse "algo de positivo" nestas situações.

Segundo os relatos, essa seria uma condição para que matérias envolvendo estupro, machismo ou preconceito ganhassem o sinal verde para serem exibidas. Como resposta, um dos integrantes presentes na reunião teria dito que "nunca há algo de positivo nisso". 

Procurada, a Loading disse que "esse assunto não é de conhecimento até o momento" e, por essa razão, não irá se posicionar.

A censura por parte dos executivos foi um dos temas abordados nas redes sociais pela equipe do Metagaming, que se pronunciou em uma série de publicações feitas no Twitter e Instagram.

Após as saídas, os ex-funcionários estudam a possibilidade de tomar medidas jurídicas contra o canal. Uma decisão ainda não foi tomada. Procurado, o canal disse que não irá se posicionar sobre os fatos apontados neste texto e reenviou a mesma nota de ontem, quando confirmou a demissão de seus funcionários. Confira:

"Devido ao desalinhamento entre o posicionamento da Loading, focado em entretenimento, e o time editorial do programa Metagaming, decidimos reestruturar a atração. Importante frisar que o core da Loading é o entretenimento e a agenda positiva. Dessa forma, buscaremos entregar conteúdos que engrandeçam ainda mais o e-sports, porém com a linha editorial focada no entretenimento.

Agradecemos publicamente todo o time do Metagaming que dividiu conosco esses últimos meses, inclusive a incrível estreia. Seguimos em caminhos diferentes, mas com a certeza da competência e do sucesso de todos vocês. Obrigado por fazerem parte da nossa história."


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