AWAKE
FOTOS: REPRODUÇÃO/NETFLIX
Participante de Awake boceja enquanto conta moedas de 25 centavos: ideia é juntar US$ 1 milhão
GABRIEL PERLINE
Publicado em 2/7/2019 - 5h24
A Netflix apostou no cansaço, na fadiga e nas falhas da memória, provocadas pela falta de sono, para submeter anônimos a uma bateria de gincanas nonsense em troca de US$ 1 milhão (R$ 3,8 milhões). Em Awake, recém-lançado game show da gigante do streaming, pessoas comuns passam 24 horas contando moedas e, em seguida, competem entre si para ver quem levará a bolada proposta pelo programa. E as reações dos participantes são hilárias.
No Brasil, o programa foi batizado de Não Durma no Ponto. A dinâmica parece simples, mas leva concorrentes à exaustão. Antes de subirem ao palco de James Davis, eles passam um dia inteiro em uma sala diante de uma piscina, que em vez de água, é abastecida por US$ 4 milhões (R$ 15,3 milhões) em moedas de 25 centavos.
Na primeira etapa, os sete participantes de cada episódio apenas contam moedas. A princípio, algo que parece ser de extrema facilidade. Mas o consumo em excesso de café e energético para se manterem acordados faz alguns competidores queimarem a largada e irem diretamente para o ambulatório, apresentando falta de ar, taquicardia e náuseas.
Aqueles que resistem a essa fase protagonizam cenas divertidas. No início, exibem concentração e explicam seus métodos rigorosos na manipulação do dinheiro. Após 12 horas, muitos dormem acordados, se atrapalham na contagem, batem com a cabeça na mesa, babam em cima das moedas e até mesmo derrubam o carrinho em que depositam seu dinheiro.
Só essa etapa já garante boas risadas, mas assim que se encerram as 24 horas de contagem de moedas, eles vão para o palco disputar o cobiçado prêmio de US$ 1 milhão.
Dois concorrentes já são eliminados logo de cara: aquele que contou o menor valor e o menos preciso em sua cálculo mental.
Em um dos episódios, por exemplo, um professor de Álgebra se gaba de seu método de contagem e diz à produção que acumulou US$ 94.642, quando, na verdade, apenas separou US$ 23.256,50 em moedas, cometendo um erro de US$ 71.385,50, o maior equívoco da temporada.
Com cinco competidores em cena, eles são submetidos a gincanas surreais, que ganham ares de complexidade em decorrência dos efeitos da privação do sono. Em uma delas, é necessário quebrar um ovo em seu próprio rosto no menor tempo possível. E há quem se atrapalhe, erre a mira e demore mais do que o necessário.
Em outra, é necessário tomar a maior quantidade de raspadinha em um curto espaço de tempo. A brincadeira, aparentemente doce, fica extremamente difícil por conta da sensação de congelamento do cérebro. A sucção de bebidas extremamente geladas em condições de privação de sono causa uma dor de cabeça incômoda.
A cada rodada, um participante deixa a competição. Na etapa final, aquele que sobrevive às provas e às apostas do jogo tem que testar a confiança em si mesmo para ganhar o desejado prêmio.
O finalista é submetido a dois questionamentos. No primeiro, ele diz o valor que acredita ter acumulado na contagem de moedas. Se o resultado real estiver dentro de uma margem de erro de US$ 500, ele leva para casa toda a quantia acumulada pelos sete competidores. Caso se recuse, ele deixa a competição com o dinheiro que contou antes de pagar os micos na gincana.
Superada essa etapa, aí sim o finalista tem a chance de se tornar milionário. Para isso, é necessário ter uma precisão maior em sua contagem. Se o resultado estiver dentro de uma margem de erro de US$ 25, o grande prêmio vai para a sua conta. Caso contrário, deixa o inusitado game show sem um centavo no bolso.
Embora a privação de sono seja tratada por médicos como uma doença, a Netflix conseguiu criar um game show divertido e interessante, que prende mais a atenção da audiência do que os formatos desgastados da TV aberta, como o Passa ou Repassa (SBT) e afins. Uma versão brasileira cairia muito bem.
© 2024 Notícias da TV | Proibida a reprodução
Mais lidas
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.