CONVERSA COM BIAL
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Ana Maria Braga no programa Conversa com Bial de segunda (29); veterana falou sobre vícios
Ana Maria Braga abriu o jogo sobre a luta para abandonar o vício em cigarro e café durante entrevista ao Conversa com Bial na madrugada de segunda (29). A apresentadora confessou que não parou de fumar nem quando teve câncer de pulmão, mas um problema na circulação sanguínea serviu de alerta para largar a dependência de forma definitiva.
A titular do Mais Você falou sobre o diagnóstico de câncer no cérebro, e Pedro Bial questionou de onde a colega tira serenidade para encarar as doenças.
"Era um tumor no cérebro. Eu já tinha passado lá atrás pelo câncer que ocasionou esse pequeno tumor no cérebro. Na época, eu não tinha noção real do que significava. Acho que tinha 30% [de chance]. Eu aprendi que a gente precisa acreditar no tratamento", explicou.
"Tinha que ter uma calma, se eu não tiver calma dentro de mim... Não adianta me desesperar. Posso morrer até hoje, como todos nós", completou.
Ana Maria enfrentou ainda um câncer de pele em 1991; um tumor no reto e na virilha em 2001; um tumor no pulmão em 2015 e, em 2020, mais um câncer no pulmão. Ela também já superou um nódulo na mama.
A comunicadora contou que já tinha tentado parar de fumar, mas sempre voltada escondido. "É tão bom fumar, é verdade. Ele [Bial] fumou também. Eu não criei vergonha na cara. Eu, na verdade, comecei a ter problemas. Eu tive câncer de pulmão e não parei de fumar lá atrás. Já tinha tido outros cânceres. De repente, eu comecei a sentir... Eu gosto muito de andar, e começou a me doer a perna, uma dor lancinante. Parecia que faltava oxigênio, circulação."
Ela precisou passar por uma cirurgia: "Eu estava com as veias entupidas. Tudo por causa do cigarro. Coloquei três stents nas duas pernas e, depois de oito meses, um deles entupiu... E eu ainda não tinha parado de fumar. Um deles entupiu, eu voltei lá em novembro do ano passado, desentupiu, trocou. Eu tinha parado, voltei escondido. Eu fugia".
Depois desse entupimento do stent, eu sai da cirurgia e falei que nunca mais. Eu parei de tomar o café, coisa que eu adoro, mas o café era meu start. Tomava café e precisava fumar. E para fumar precisava do café. Eu troquei pela água. Hoje eu tomo muita água.
Ana Maria contou que chega à Globo por volta das 7h. "Todo mundo pergunta por que chegar tão cedo. Primeiro porque eu sou mulher, e mulher requer um pouco mais de rebocos e coisas mais do que os homens. Além do que eu participo muito da feitura do programa, às vezes a gente muda algumas coisas. O nosso roteiro é dinâmico", justificou.
Bial perguntou como é para ela fazer programa ao vivo diariamente. "A gente corre alguns riscos no ao vivo. Tudo pode acontecer e acontece. A gente tem o direito de errar, e a gente erra. A gente às vezes comete gafes que viram memes, a gente não tá fazendo para virar meme. A gente é um meme ambulante, porque tá tudo ao vivo na casa de todo mundo", afirmou.
Ana Maria também comentou a chegada aos 75 anos. "Como a gente se sente feliz, a felicidade é agora. A vida tá para frente, a vida é amanhã. O que foi ontem, foi. Foi ótimo, a gente olha o passado com generosidade", refletiu.
Já o Mais Você completa 25 anos. "Quem mais mudou, o programa ou você?", questionou o apresentador. "Acho que foi o programa, não fui eu. Eu mudei por dentro, fisicamente assim", palpitou ela. "Mas o programa como reflexo de um mundo que mudou também", completou Bial.
O jornalista também perguntou se houve uma resistência à franqueza da apresentadora quando ela chegou à Globo. "Não teve, mas quando eu fui assinar o contrato no Rio de Janeiro, teve um dos diretores que não quis vir assinar o contrato. Naquele momento eu percebi que era realmente uma ousadia da direção da casa... Todo mundo que tinha concordado que eu viesse... Me bancar", contou.
Bial ainda citou a morte de Tom Veiga (1973-2020), o eterno Louro José. O programa mostrou um trecho do Mais Você de 2 de novembro de 2020, que fez uma homenagem ao funcionário.
"Você cogitou não trabalhar neste dia? Ou encarou isso como uma missão?", perguntou o jornalista. "Esse período foi no meio da pandemia. Ali a gente tava na cozinha da minha casa. A gente passou a transmitir o programa de lá. Não tinha como eu não falar [sobre ele]. Eu ia chegar no outro dia e falar 'o Tom morreu ontem'?", comentou a veterana.
Foi uma coisa assim que, para mim, não tem explicação até hoje. Era filho... Ele foi escolhido, eu tava na Record ainda. Ele foi criado de uma necessidade de conversar com o público infantil, que eu vinha de uma programação infantil.
"Depois ele ganhou vida própria, personalidade própria", afirmou Bial. Ana Maria ainda contou que Veiga era contrarregra do programa e não queria ser o intérprete do fantoche porque tinha vergonha. "Depois que pegou o gosto, a partir daí a gente desenvolveu uma sintonia que eu diria que nunca tive com ninguém", valorizou ela.
A apresentadora também falou sobre a chegada do Louro Mané ao programa. "Eu fiquei um ano pensando, mas o show tem que continuar. Eu sentia que... Falei 'não vai ter ninguém'. Eu não acreditava mesmo que eu conseguisse. Parecia que a gente estava invadindo uma coisa sagrada, um universo dele."
"Eu pedi licença, rezei, mandei fazer uma missa, conversei, sonhei muito com ele [Tom]. Aí passado um tempo, quase dois anos, eu falei chegou a hora de a gente continuar. E o Fábio [Caniatto], que tá agora, é um menino excepcional. A vida é tão generosa comigo", afirmou. A segunda parte da entrevista com Ana Maria Braga vai ao ar nesta terça (30) no Conversa com Bial.
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