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Tino Marcos deixa a Globo para se dedicar à família; Galvão Bueno se despede do amigo
Além de um desfalque no departamento de Esportes da Globo, o anúncio de que o repórter Tino Marcos vai encerrar a carreira para se dedicar à família desfaz mais uma bem-sucedida parceria profissional de Galvão Bueno. Nos últimos dois anos, o principal narrador da emissora viu outros três colegas muito próximos se desligarem de suas funções.
Para se despedir de Tino, Galvão postou uma carinhosa mensagem no Instagram, em que chama o colega de "Pelé das reportagens esportivas" e manifesta seu apoio à decisão. "Tenho muito orgulho de nossa marcante parceria nesses mais de 30 anos. Como diz Milton Nascimento, 'Amigo é coisa pra se guardar no lado esquerdo do peito'", valorizou o narrador.
Veja abaixo a mensagem completa:
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Na Globo desde 1981, Galvão Bueno transformou suas conversas com repórteres e comentaristas em um atrativo a mais nas transmissões de futebol, Fórmula 1 ou qualquer outra modalidade. Na era da internet, bordões como "Fala, Tino" ou "Pode isso, Arnaldo?" se popularizaram nas redes sociais e viraram memes.
Quarenta anos após a sua estreia, o dono do bordão "haja coração" está afastado das coberturas in loco por conta da pandemia e até já anunciou que estará na Copa do Qatar em 2022, mas não como narrador.
Enquanto ensaia a própria aposentadoria, ele vê outros colegas colocando essa decisão em prática. Antes de Tino Marcos, o comentarista de arbitragem Arnaldo Cezar Coelho havia decidido encerrar sua carreira após 29 anos. O último jogo do qual ele participou --um amistoso entre Brasil e Camarões disputado em novembro de 2018-- foi marcado por uma série de homenagens.
Naquele ano, Galvão também publicou um vídeo em suas redes sociais. "Seja feliz. Obrigado pela parceria e ensinamentos por todos esses anos. Falo em nome dos outros árbitros, pelas portas que você abriu para uma nova profissão. Brigamos muito também, mas 90% era tudo meio combinado", entregou, aos risos.
Sem mais palavras!!#vivaoarnaldopic.twitter.com/POfkiqXSCt
— Galvão Bueno (@galvaobueno) November 20, 2018
Se nos campos Coelho foi um dos principais companheiros de cabine de Galvão, na Fórmula 1 essa tarefa ficava a cargo de Reginaldo Leme. Contratado pela Globo em 1977, ele deixou a emissora no final de 2019 e estava fora da TV até dezembro do ano passado, quando assinou com a Band para a cobertura da Stock Car.
As circunstâncias que culminaram na sua saída não ficaram claras, mas rumores indicam que ele não teria concordado com uma proposta de redução do seu salário. A respeito das histórias que envolvem Galvão e Leme, vale destacar o relato feito por Ernesto Rodrigues no livro Ayrton: O Herói Revelado.
Na obra, o autor diz que os dois teriam se desentendido em 1990, por conta de críticas do comentarista ao piloto Ayrton Senna (1960-1994), que teria batido propositalmente em Alain Prost no GP do Japão daquele ano. Leme elevou o tom e desagradou a Galvão, que era amigo pessoal do corredor. O episódio teria sido decisivo para uma curta saída do narrador da Globo em 1992. Mas, no ano seguinte, ele já estava de volta à emissora.
Impossível falar em rompimento problemático sem citar o desligamento de Mauro Naves. Em junho de 2019, ele se queimou com a Globo após passar os contatos do pai de Neymar para Najila Trindade, mulher que acusava o jogador de estupro. A “punição” ao experiente repórter foi anunciada por William Bonner em pleno Jornal Nacional. Galvão até teria tentado apaziguar os ânimos, mas o destino de Mauro foi mesmo a saída pela porta dos fundos.
Depois de tantos colegas próximos que deixaram a emissora, resta saber se Galvão está preparado para a própria despedida. Independentemente de críticas a possíveis exageros que ele possa ter cometido, Galvão foi a voz de momentos históricos do esporte brasileiro. Só por isso, já fez o suficiente para gravar seu nome na história da TV.
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