Menu
Pesquisar

Buscar

Facebook
X
Instagram
Youtube
TikTok

PÉ NO FREIO

Como mudanças nas regras da Europa afetam mercado de TVs 8K no Brasil?

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Telespectador admira imagens de uma TV 8K em sala decorada

TV 8K, da TCL: fabricante não terá lançamentos com essa resolução no mercado brasileiro em 2023

EDUARDO BONJOCH

edubonjoch@gmail.com

Publicado em 21/4/2023 - 6h25

Desde março, entraram em vigor na Europa novas regras para diminuir o consumo de energia das TVs. Reflexo da crise instalada com a Guerra da Ucrânia, a medida afeta principalmente as telas 8K, que gastam mais energia e precisam se enquadrar à mudança. O impasse no continente vem fazendo com que dois dos três fabricantes que investem nessa tecnologia no Brasil também coloquem o pé no freio por aqui.

A TCL, por exemplo, não terá lançamentos de TVs com resolução 8K no Brasil em 2023. "Seguindo a Europa, a tendência de proibir a venda de telas 8K pelo alto consumo deve chegar aos EUA, diminuindo muito a demanda e a oferta, o que torna a fabricação inviável", comenta Maximiliano Dominguez, diretor de produto, engenharia e qualidade da Semp TCL.

Com um único televisor 8K de 75 polegadas em linha, lançado no final de 2022 e que custa R$ 15 mil, o fabricante acredita que o consumidor pode ter uma qualidade de imagem similar levando para casa uma TV 4K avançada e completa em tecnologia e recursos. "E tem ainda a questão de que a indústria de conteúdo não abraçou o 8K por conta dos altos custos de produção", diz ele, citando a falta de atrações disponíveis com essa resolução.

Antes mesmo da crise energética afetar a Europa, a LG também já vinha recuando na oferta de televisores 8K no Brasil, onde nunca chegou a ter uma TV OLED com essa resolução. Hoje, no site do fabricante, aparecem apenas duas telas 8K da linha QNED, com tecnologia miniLED e telas de 75" e 86", lançados em 2021. Procurada pelo Notícias da TV, a LG não se pronunciou sobre a chegada de novos modelos em 2023.

Diferentemente dos concorrentes, a Samsung parece não se abalar com as mudanças na Europa. Em nota, confirmou que irá manter todos os lançamentos previstos para a linha de TVs 8K 2023 no Brasil. Disse ainda que tem uma estrutura consolidada no país e com produção local, permitindo se adequar às necessidades que surgirem.

No site do fabricante, que é líder de vendas em TVs 8K, o consumidor encontra vários modelos de 55" a 85", todos da linha Neo QLED, com painel de miniLEDs. O preço é salgado: a partir de R$ 5,6 mil. Em lojas online, ainda dá para achar TVs QLED Samsung e Nanocell LG 8K de 65" a 82". Esses modelos já saíram de linha e podem custar mais caro do que os atuais.

Controlar o brilho reduz consumo 

Por que as TVs 8K consomem mais?

O gasto de energia das TVs 8K é maior porque oferecem quatro vezes mais pixels, que são os pontos de formação da imagem, em relação aos modelos 4K. Como todas as telas desse tipo lançadas no Brasil em 2022 são de tecnologia miniLED, chegamos a cerca de 33 milhões de pixels que precisam de muitas zonas de iluminação para gerar imagens brilhantes e de alta nitidez.

"Em geral, uma TV miniLED 8K consome de 20% a 25% a mais de energia em comparação a uma OLED ou miniLED 4K de mesmo tamanho", afirma Alex dos Santos, especialista em TVs há mais de 20 anos. "Mas isso pode ser controlado se o modo HDR ou outra opção para aumentar o brilho das imagens estiverem desativados."

Essa foi justamente a saída da Samsung para continuar a vender TVs 8K na Europa. Para atender às novas regras de energia do continente, os televisores desse tipo começaram a sair de fábrica com uma regulagem de brilho bem mais baixa do que são capazes de oferecer, chamada de modo Eco. A medida é interessante, já que a maioria dos telespectadores não costuma mexer nas configurações dos televisores.

De acordo com artigo no site da Forbes, todas as TVs Samsung 8K da linha 2023 no mundo sairão de fábrica com o modo Eco ativado. Agora, o quanto o consumidor poderá deixar as imagens mais brilhantes nessas telas irá depender das normas de cada país. E a dúvida é se valerá a pena pagar mais caro por uma imagem inferior do que uma TV 8K é capaz de fornecer.


Mais lidas


Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.