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Alto consumo e nenhum conteúdo: TVs 8K podem estar com os dias contados

DIVULGAÇÃO/SAMSUNG E PRIME VIDEO

TV exibe trailer de Os Anéis de Poder em 8K

TV 8K exibe trailer de Os Anéis de Poder, um dos raros conteúdos disponíveis nesse padrão

EDUARDO BONJOCH

edubonjoch@gmail.com

Publicado em 27/5/2023 - 6h20

O sinal vermelho veio da Europa. Ao definir um limite máximo de consumo para as TVs, as telas grandes com resolução 8K se mostraram incapazes de atender às novas regras. O resultado foi rápido: fabricantes colocando o pé no freio e até desistindo dos televisores que mais consomem energia no mundo.

No Brasil, dois fatores ainda atrapalham mais o avanço dessas TVs: o preço exorbitante e a total falta de conteúdo. Um televisor 8K de 55 polegadas custa quase três vezes o preço de um modelo 4K de mesmo tamanho. E o investimento esbarra na oferta quase nula de conteúdo com essa resolução. Está restrita a vídeos do YouTube e a duas ou três opções no Globoplay e no Prime Video, disponíveis apenas nas TVs Samsung.

Bem escassa, a lista inclui o primeiro capítulo de Pantanal (2022), alguns trechos de competições esportivas e um trailer estendido com imagens do início de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder. Segundo Marcelo Zuffo, professor da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), a carência de conteúdo é o que mais prejudica o avanço das TVs 8K.

"A falta de opções é reflexo do alto custo para a produção de conteúdo em 8K", explica. "Tem ainda a questão do investimento em uma boa estrutura de banda larga", diz. Em uma demonstração recente com uma internet de 200 Mbps, o Notícias da TV presenciou travamentos em vídeos do YouTube com essa resolução.

Mesmo assim, Zuffo não acredita no desaparecimento das TVs 8K. "Há pelo menos uma década, a indústria vem se adaptando aos padrões e será assim também com a questão do consumo de energia, se necessário", comenta.

Alex dos Santos, especialista na área de televisores há 20 anos, concorda que as TVs 8K não irão sumir, mas acha que a tecnologia deve ficar estacionada. E, para ele, o principal motivo nem é a crise energética na Europa, classificada como pontual e temporária. "Faltam conteúdos e atrativos reais, já quase não há diferença entre uma tela desse tipo e um modelo 4K refinado de mesmo tamanho, considerando até 65 polegadas."

DIVULGAÇÃO/LG

TV OLED 8K pode chegar em 2023

Como fica no Brasil?

Dos três fabricantes de TVs 8K no Brasil, apenas Samsung e LG terão lançamentos em 2023. Hoje, a maioria dessas telas à venda adota a tecnologia miniLED, com mais brilho e contraste em tamanhos a partir de 55 polegadas.

A TCL recuou e manterá só um modelo de 75 polegadas, lançado no final de 2022. Mesmo com uma presença tímida nessa categoria há alguns anos, a LG confirmou a chegada de novas telas 8K no segundo semestre. Provavelmente, será a estreia das TVs de tecnologia OLED com essa resolução, que já são vendidas em vários países. Hoje, a marca tem dois televisores 8K em linha por aqui, ambos da linha QNED, com 75 e 86 polegadas.

Com uma ampla variedade de TVs Neo QLED 8K de 55 a 85 polegadas, a Samsung é líder na venda dessas telas no Brasil. Em junho, o fabricante irá apresentar os novos modelos de 2023, que serão adicionados à linha. A marca já disse que irá manter os lançamentos previstos, independentemente das mudanças na Europa.

O jeitinho da Samsung

O gasto de energia das TVs 8K é maior porque oferecem quatro vezes mais pixels, que são os pontos de formação da imagem, em relação aos modelos 4K. São cerca de 33 milhões de pixels, que precisam de muitas zonas de iluminação para gerar imagens brilhantes e de alta nitidez.

Segundo Alex dos Santos, uma TV miniLED 8K consome de 20% a 25% a mais de energia em comparação a uma OLED ou miniLED 4K de mesmo tamanho. Para reduzir essa diferença e poder continuar a vender modelos 8K na Europa, a Samsung teve que diminuir o padrão de brilho da tela que vem de fábrica, comprometendo a qualidade geral da imagem.

Mas, segundo especialistas, é possível trocar o modo Eco por outras opções disponíveis na configuração da TV, elevando o brilho e a qualidade da imagem. No Brasil e em outros continentes, essa medida não deve ser adotada.


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