GLOBOPLAY
REPRODUÇÃO/GLOBOPLAY E REPRODUÇÃO/HBO
Shanna Garcia, de Vale o Escrito, e Shiv Roy (Sarah Snook), de Succession (2018-2023)
Vale o Escrito, série documental do Globoplay que mostra o submundo do jogo do bicho no Rio de Janeiro, tem sido equiparada a fenômenos como Game of Thrones (2011-2019), O Poderoso Chefão (1972) e Succession (2018-2023). Apesar de ter conquistado grande audiência no streaming, a razão da comparação não é somente pelo público --mas sim por narrar uma história de sucessão familiar extremamente violenta e ter causado um envolvimento tão impressionante quanto a de séries e filmes da ficção.
Em painel realizado na arena Gshow na CCXP 23, o diretor Ricardo Calil revelou que se impressionou com a repercussão da série documental e como a história teve êxito tão grande quanto o de séries ficcionais que envolvem a mesma temática. "Histórias de sucessões familiares muito violentas são o coração da nossa série", comentou ele.
"Quando fazem essa comparação [com O Poderoso Chefão, Game of Thrones e Succession], eu fico feliz, porque não é só que o conteúdo real é interessante, mas a gente conseguiu contar essa história com ferramentas que as pessoas conseguem ficar envolvidas visceralmente, tanto quanto se envolvem com essas séries de ficção", celebrou.
Diretora artística de Vale o Escrito, Mônica Almeida afirmou que a narrativa foi construída quase que como uma novela, porque a própria história já se apresentava assim --esse estilo foi muito bem recebido com o público. "A gente tinha uma dimensão do que tinha ali, mas nunca sabe o que vai dar certo e o que não vai. Foi uma surpresa, apesar de nós sabermos do bom conteúdo que tinha ali", acrescentou ela.
Fellipe Awi, idealizador do projeto, pontuou que o processo entre a ideia e a chegada dos episódios ao Globoplay levou cerca de três anos --cada personagem teve um grau diferente de dificuldade para conseguir.
"Cada um deles exigiu muita tenacidade", pontuou. "Tem personagens que a gente se aproximou um ano antes da entrevista e ouviu muitos 'nãos' até conseguir ouvir o sim. Tivemos estratégias para chegar nesse sim", acrescentou.
Calil revelou que foram diversas tentativas até chegar a Shanna Garcia. "Aproximação tradicional via advogado, não foi adiante. Ela é uma amazona que compete no hipismo, fomos sem avisar até a hípica de São Paulo e não deu certo. No Rio de Janeiro também", relembrou.
Foi Pedro Bial quem conseguiu a entrevista, que se tornou uma das mais importantes para o documentário. "O Pedro Bial, que tem um papel que vai muito além do narrador, conseguiu marcar com a Sabrina, a mãe da Shanna, e a convenceu a dar entrevista. Quando ela viu que a turma era legal e competente, aí que ela deu entrevista", explicou.
Já Bernardo Bello chegou a ser preso durante a gravação da série documental. "Entre marcar e a conversa em si, ele foi preso na Colômbia pela Interpol, acusado de um assassinato. A gente insistiu, manteve contato com o advogado. Em contato com ele, ele disse que nos receberia na prisão de segurança máxima de Bogotá, na Colômbia. Tivemos uma conversa com ele de quatro horas dentro da cela", comentou o diretor.
"Ele falou que não daria entrevista ali, porque ele estava ameaçado de morte, e prometeu que se fosse libertado ele daria a entrevista. No dia que ele chegou ao Brasil, ele ligou pra gente e deu a entrevista", comemorou ele.
Ainda assim, Fellipe Awi e Roberto Calil lamentam alguns personagens fortes que ficaram de fora --da primeira temporada, pelo menos. "Anísio [Abraão David], patrono da Beija-Flor, foi uma frustração, porque ele está na mídia há muitos anos. Outra pessoa fundamental seria o Rogério Almeida, mas ele não quis falar, e não permitiu que a gente gravasse na Mocidade Independente de Padre Miguel", relatou.
Os episódios da primeira temporada de Vale o Escrito estão disponíveis no Globoplay. Nesta sexta (1º), foi anunciado que a atração será renovada para um segundo ano, que ainda depende de negociações de entrevistados.
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