CRÍTICA
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Christian Convery como Gus na última temporada de Sweet Tooth; episódios estreiam nesta quinta (6)
Nesta quinta-feira (6), estreia na Netflix a terceira e última temporada de Sweet Tooth. Fenômeno em seu primeiro ano, a série conseguiu perder o foco na segunda temporada e, agora, chega ao fim com um gosto amargo, que não condiz com o início empolgante da narrativa.
Nos últimos episódios da saga, Gus (Christian Convery) parte rumo ao Alasca em busca de sua mãe, acompanhado de Jepperd (Nonso Anozie), Wendy (Naledi Murray) e Bear (Stefania LaVie Owen).
Há, porém, quem acredite que ele possa ser a chave para acabar com a peste de flagelo que assola a humanidade --é o caso do doutor Singh (Adeel Akhtar)-- e também para o fim das crianças-híbridas que nascem toda vez que uma mulher fica grávida.
Após sonhar estar em uma caverna gélida acompanhado de Gus, o médico desesperadamente implora para se juntar ao garoto-cervo, na esperança de erradicar a doença.
A trama desenvolve diversas lacunas que antes ficavam soltas pelo ar, como o início do flagelo, a origem de Gus e a descoberta de que ele foi o primeiro híbrido a surgir na Terra.
A jornada dele, no entanto, será repleta de ameaças: Helen Zhang (Rosalind Chao) faz questão de ter um neto humano e sai em busca do garoto para erradicar todos os híbridos. Outra vilã é Rosie (Kelly Marie Tran), filha de Helen, que coloca seus filhos híbridos de lobo para capturar Gus.
Ainda que tenha recuperado o aspecto mais mágico da primeira temporada --que havia se perdido completamente na segunda--, Sweet Tooth pesa a mão no misticismo em sua terceira leva de episódios. A série ainda se ancora em uma narrativa não convincente e peca em efeitos especiais vergonhosos.
Se na segunda temporada a trama foi totalmente arrastada, na terceira tudo acontece rápido demais. Para quem acompanhou desde o começo, há uma emoção em ver a história chegar à sua conclusão --e que bom que a Netflix não cancelou a série de maneira prematura e permitiu que tivesse um final.
Os acontecimentos evocam um sentimento de carinho que se desenvolveu no público desde que a Netflix introduziu os personagens da trama. Porém, fica claro que Sweet Tooth merecia mais.
É bonito ver a relação entre Gus e Big Man (Anozie), o desenvolvimento da independência e da força do pequeno, o crescimento da intimidade entre Wendy e Bear, e as mensagens ambientais e emocionais deixadas pela série. Mas essas nuances passam meramente como detalhes por conta da fraca potência dada a elas.
A série foi desenvolvida numa crescente brilhante quando chegou ao catálogo do streaming. Baseada nos quadrinhos de Jeff Lemire e José Villarrubia, o drama agradou a quem já acompanhava a história, mas também fisgou quem se interessou pela premissa instigante.
Porém, a magia que poderia ter sido recuperada após uma segunda temporada monótona foi por água abaixo nos episódios derradeiros, que não dão à saga um fim digno, mas sim a enterram como uma obra que tinha potencial para ser bem melhor do que realmente foi.
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