Superliga expõe jogo sujo de interesses nos bastidores do futebol europeu

Mocinhos, vilões, herdeiros, bilionários, dirigentes e um jogo de interesses nos bastidores da elite dos clubes mais ricos do mundo. Superliga: A Guerra pelo Futebol transforma a tentativa de criação de uma competição que colocaria em risco a continuidade da Champions League em um thriller de negócios.

Disponível desde a última sexta (13) no Apple TV+, a produção de quatro episódios não é feita somente para quem gosta de futebol, mas principalmente para o espectador que se interessa pelas tretas e puxadas de tapetes tão comuns nos escritórios das grandes corporações.

Logo no primeiro capítulo, o diretor vencedor do Emmy Jeff Zimbalist ajuda quem não acompanha as competições do Velho Continente com uma espécie de nivelamento, ao explicar como funcionam as ligas do futebol europeu, mostrar quanto as entidades que comandam o esporte movimentam em dinheiro por ano e apresentando os personagens envolvidos.

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Além disso, fica claro o ponto principal da trama: como equilibrar os interesses financeiros e até de sobrevivência dos dirigentes de entidades como a Uefa com o desejo de clubes gigantes em ganhar mais dinheiro?

"O futebol deve evoluir", defende Florentino Pérez, o presidente que transformou o Real Madrid em um potência de grandes estrelas. O dirigente foi o principal articulador da Superliga, uma competição que deixaria times menores de fora para privilegiar as equipes multimilionárias, que têm mais torcida, arrecadação e despertam interesse maior na TV.

O evento seria independente --ou seja, sem o envolvimento de entidades como a Uefa, que organiza a Champions League, e a Fifa, responsável por competições como o Mundial de Clubes.

A proposta lançada em 2021 caiu como uma bomba no meio do futebol, pois mudaria completamente o calendário de jogos e, sobretudo, o destino do dinheiro distribuído. Superliga expõe como o projeto começou a ser desenvolvido e também o que aconteceu para que rapidamente ele sucumbisse.

Dois personagens são fundamentais na guerra exposta pela série do Apple TV+: o esloveno Aleksander Ceferin, presidente da Uefa; e o italiano Andrea Agnelli, que comandava a Juventus e é herdeiro de uma das famílias mais poderosas da Itália.

Eles eram amigos, mas a formação da Superliga causou um abalo na relação e gerou um sentimento de traição. "Não acho que devemos falar sobre moralidade ou imoralidade, porque isso não é parte do ambiente dos negócios", solta Agnelli sobre o jogo duplo que fez no caso.

Assista ao trailer abaixo: