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PRODUÇÃO ITALIANA

Série da Netflix que desafia limites do pudor, Baby atinge clímax no final

IMAGENS: REPRODUÇÃO/NETFLIX

Em uma colina, Benedetta Porcaroli e Alice Pagani conversam durante o pôr do sol na terceira temporada de Baby

Benedetta Porcaroli e Alice Pagani na terceira temporada de Baby; série italiana tem final satisfatório

JOÃO DA PAZ

joao@noticiasdatv.com

Publicado em 24/9/2020 - 6h55

Acusada de romantizar a prostituição de menores de idade, a série italiana Baby superou os obstáculos jogados no caminho e chega à sua conclusão sem qualquer censura, desafiando o limite do pudor. O drama termina na terceira temporada, como planejado, atinge o clímax nos seis episódios finais e se consolida como uma das produções mais irresistíveis da Netflix.

Por mais que o sexo tenha permeado Baby, a série não se restringe a isso. O erotismo é apenas uma das bases que sustenta a trama, juntamente com a amizade, o empoderamento feminino e os valores familiares. A premissa bem argumentada se baseou em uma história real, sobre duas estudantes do ensino médio em uma escola de elite na cidade de Roma (Itália) que, de uma maneira ou outra, foram atraídas para o mundo da prostituição.

A terceira temporada amarra com desenvoltura a narrativa das jovens Chiara (Benedetta Porcaroli) e Ludovica (Alice Pagani). O subtítulo Nenhum Segredo Dura Para Sempre explica bem essa leva de episódios, que coloca as protagonistas para pensarem sobre o futuro, bem próximas de atingirem a maioridade. A rotina de prostituição nos anos anteriores é analisada por cada uma, com decisões diferentes de o que fazer na nova fase da vida.

Um tempero a mais para o desfecho é justamente o segredo delas vazarem, seja na escola na qual estudam, o Instituto Collodi, ou com o cerco da polícia apertando. Essas duas pontas ajudam Baby a ficar ainda mais interessante, focando em questões como confiança e moralidade.

As escolhas de Chiara e Ludovica surpreendem em um primeiro instante. A loira, que no início era a certinha patricinha, integrante de uma família da alta sociedade romana, opta por continuar com a sua segunda identidade. Já a morena, que tem a personalidade mais loucona e aventureira, decide sair dessa vida. Baby se dá bem com essa sacada.

A finalização da trama é adequada com as características das personagens, que aparentemente têm personalidades tão distantes, mas acham conforto no abraço que compartilham. A despedida da série acaba sendo satisfatória, e justa até. Em uma crescente, Baby chega no auge em seu final.

Chiara (Benedetta Porcaroli) se arruma para um encontro em Baby

Contra protestos

Na época do lançamento de Baby, em 2018, indivíduos e organizações caíram matando em cima da gigante do streaming. Em uma petição, a entidade nova-iorquina NCSE (sigla em inglês para o Centro Nacional Contra a Exploração Sexual) disse que "a Netflix parece virar as costas para a realidade da exploração sexual". A empresa de entretenimento foi acusada de "promover o tráfico sexual ao exibir Baby". O cancelamento foi pedido, mas não rolou.

Muitos dos protestos ocorreram pelas vozes de quem sequer assistiu a um episódio da série. Ou seja, apenas se depararam com uma parte da premissa, o fato de retratar o mundo da prostituição de menores de idade, e dispararam críticas. O objetivo do drama italiano foi muito mais amplo, inclusive ao não fazer vista grossa a um problema que tem raiz nas elites das sociedades modernas, com políticos e empresários na outra ponta do consumo.

Intérprete de Monica, professora de Educação Física do Collodi, a atriz Claudia Pandolfi disse para o jornal La Repubblica que "não dá para julgar" as meninas adolescentes que entram nesse mundo. "Todos nós passamos por dificuldades, mas certamente fechar os olhos e virar o rosto é pior", afirmou.

Claudia aproveitou para opinar sobre uma das marcas de Baby, que é falar dos problemas e não internalizá-los, não importa o quanto o assunto da conversa seja controverso. "Todo mundo já foi criança em algum momento, por isso o diálogo é importante", explicou. Ela defendeu que a série cumpriu esse dever, sem varrer para debaixo do tapete temas desconfortáveis.

Também para o La Repubblica, o produtor-executivo Nicola De Angelis defendeu o papel que Baby desempenhou não só na Itália, mas no mundo todo (incluindo o Brasil, onde figurou no top 10 na Netflix na semana de lançamento da terceira temporada).

"Ao contrário de outras séries adolescentes mais superficiais, contamos o aspecto da família de uma forma mais original e moderna", falou o produtor. E Baby fez exatamente isso, construindo uma série singular, com apenas 18 episódios no total, que merece ser vista.

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