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CHUCK LORRE

Rei das comédias nos EUA é criticado por abordagem racista em nova série

Divulgação/CBS

Adhir Kalyan e Parker Young em gravação da série United States of Al

Adhir Kalyan e Parker Young em cena de United States of Al, nova comédia de Chuck Lorre

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 22/3/2021 - 19h40

Atual "rei das comédias" nos Estados Unidos, o produtor Chuck Lorre tem sofrido uma série de críticas nas redes sociais por conta de sua nova série, United States of Al. Desde o lançamento do trailer, há algumas semanas, espectadores e personalidades acusam a produção de ter uma abordagem racista.

A trama conta a história da amizade de Riley (Parker Young), um veterano do Exército norte-americano que luta para se reajustar à vida normal, e Awalmir (Adhir Kalyan), um tradutor afegão que trabalhava como intérprete para o batalhão de Riley e decide ir para os EUA em busca de nova chance.

Para alguns dos críticos, a visão mostrada na série é ofensiva aos cidadãos do Afeganistão. Qasim Rashid, advogado e ativista dos direitos humanos, detonou a produção de Lorre.

"Isso [a série] é tão ridículo e ofensivo que eu não tenho palavras para expressar o quão terrivelmente ruim isso é, em vários níveis", escreveu em sua página no Twitter.

Rekha Shankar, autora renomada no país, concordou com a posição de Rashid. "Alguém pode falar para Chuck Lorre que uma pessoa branca gostar de uma pessoa marrom não é um conceito para uma série", criticou.

Saeed Taji Farouky, documentarista palestino, também endossou o coro de críticas ao criador de The Big Bang Theory (2007-2019). "Isso é uma série de TV de verdade. Feita por humanos de verdade. No planeta Terra. Em 2021", destacou.

Uma das vozes que mais apontou falhas em United States of Al foi Pia Glenn, atriz e cantora conhecida por estrelar peças na Broadway. Além de detonar o trabalho de Lorre e apontar uma visão racista da sociedade norte-americana, ela lembrou que Awalmir não é interpretado por um ator afegão --Kalyan nasceu na África do Sul e é filho de indianos.

"Lembro-me de ouvir sobre isso quando estava em desenvolvimento e pensando: 'Não, certamente alguém vai impedir que isso entre em produção'. É realmente [uma produção de] Chuck Lorre. Além do desdém geral do país pela comédia que é inteligente, vanguardista e, talvez, não seja chocantemente racista e/ou ofensiva", escreveu.

Reza Aslan, um dos produtores executivos da atração, foi às redes sociais para defender o trabalho feito por sua equipe. "Talvez aprendam um pouco sobre a série, seus criadores, produtores, quatro roteiristas afegãos, seu enredo e tudo mais antes de anunciar sua opinião sobre ela. Apenas uma ideia", escreveu no Twitter.

"Por ser minha atração, pode ter certeza de que foi escrito e produzido por afegãos e muçulmanos. Que usa o formato para reformular a percepção que as pessoas têm de ambos. Que retrata um protagonista muçulmano afegão sob uma luz verdadeira e honesta. Curiosidade: você ainda não viu, então não pode realmente comentar sobre o que não sabe, pode?", continuou.

Nem só de críticas vive a nova série de Chuck Lorre desde o lançamento do trailer. Arash Azizi, professor e pesquisador da Universidade de Nova York, também usou o seu perfil no Twitter para defender a escalação de Kalyan.

"Adhir Kalyan é um ator indiano-sul-africano nascido no apartheid na África do Sul. Em 2021, nos EUA, ele é informado que não pode interpretar personagens fora de sua própria 'raça'. Acho que ele já está familiarizado com esse pensamento do apartheid?", provocou.

United States of Al tem estreia marcada na rede CBS para 1º de abril. Assista abaixo ao trailer (sem legendas):

Confira também algumas críticas feitas contra a série:

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