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DE STAR TREK

Eterno Kirk, William Shatner chega aos 93 com ida ao espaço e sem medo da morte

Divulgação/History

William Shatner sorri para foto posada no cenário da série Inexplicável, do History

William Shatner completa 93 anos nesta sexta (20) com maratona especial no canal History

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 22/3/2024 - 10h00

Eterno capitão Kirk de Star Trek (1966-1969), William Shatner completa 93 anos nesta sexta-feira (22) com fôlego e disposição de adolescente. Em 2021, ele se tornou o homem mais velho a viajar para o espaço --e chegou a imaginar que seria queimado vivo caso a nave apresentasse algum problema. Medo da morte? Ele jura que não tem.

"Nossa vida é um mistério. Não sabemos de onde viemos e certamente não fazemos ideia de para onde vamos, o que acontece depois. É claro que fico pensando nisso todos os dias, por causa da minha idade", admite Shatner ao Notícias da TV. "Mas você também encara essa mesma questão, mesmo que inconscientemente, porque não sabe quando sua vida vai acabar."

"O que acontece depois da morte? Não sabemos, é um grande mistério, é Inexplicável", provoca o ator, fazendo referência ao título do programa que apresenta no canal History --e que ganhará uma maratona nesta sexta em homenagem ao aniversário do ícone.

Diante da incerteza do seu futuro, Shatner tenta aproveitar ao máximo cada dia que ainda tem. "É um desafio encaixar tantas coisas na minha rotina, mas é extremamente recompensador. Seja receber o amor da minha família, dos meus filhos, dos meus cachorros e dos meus cavalos, seja fazer algo que eu nunca tentei antes", ensina o vencedor de dois prêmios Emmy

Entre as novidades, no próximo dia 8 ele vai comandar um encontro de 60 mil pessoas para observar o eclipse solar. "Não faço ideia do que farei para entreter esse povo até o eclipse começar. Essa é a minha vida, repleta de aventuras, amor e dor. Eu encaro a vida como uma história, que é reescrita constantemente. Essa é a minha história, e agora vocês fazem parte dela."

Jornada nas estrelas de verdade

Depois de viajar por diversos planetas na ficção, à frente da Enterprise na série original de Star Trek e em filmes da franquia, Shatner encarou o turismo espacial da vida real em outubro de 2021. Ele foi convidado pelo bilionário Jeff Bezos, fundador da Amazon e trekkie de carteirinha, a se aventurar.

"Eu ia na primeira viagem da Blue Origin [em julho de 2021], a equipe dele ficou de me avisar. Mas aí aconteceu a pandemia, e eles mudaram os planos. Disseram: 'Não, Bezos vai com o irmão, um astronauta e um jovem'. Pensei: 'Bem, faz sentido, o dinheiro é dele'. Achei que a história acabaria ali."

"Pouco depois, me procuraram de novo: 'Você gostaria de ir no segundo voo?'. Minha resposta inicial foi 'não'. Mas pensei melhor e mudei de ideia. 'É uma aventura, e daí se eu for no segundo voo? Vai ser uma grande oportunidade que eu nunca tive antes'", lembra Shatner.

O problema é que, como convive com temas relacionados ao espaço há mais de 50 anos, o ator já sabia que o hidrogênio é altamente inflamável --e que o gás é essencial para viagens espaciais. "Entrei na nave pensando nesses fatos, e confesso que a possibilidade de ser queimado vivo surgiu na minha mente durante a decolagem."

Morte, vida e vida após a morte

Evidentemente, aos 93 anos, Shatner entende que seu tempo na Terra é limitado. Quase todos os seus colegas de elenco de Star Trek já morreram: os únicos que seguem vivos são George Takei (Sulu) e Walter Koenig (Chekov). Nenhuma partida, porém, o afetou mais que a do intérprete de Spock, Leonard Nimoy (1931-2015). "Ele era mais que um amigo, era um irmão", lamenta.

"Você escuta a expressão 'melhor amigo' o tempo todo, mas o que ela significa? Com Leonard, eu descobri. Levou um tempo para nos entendermos e percebermos que nossos caminhos eram similares: morte, divórcio, dívidas, sucesso, glória... Tudo aconteceu quase que ao mesmo tempo", lembra. "E a morte dele me doeu mais do que a de muitas pessoas que eu amei."

Shatner admite, no entanto, que sua relação com Nimoy não terminou da melhor maneira. "Uma de minhas maiores tristezas é que, nos últimos seis meses da vida dele, Leonard parou de falar comigo. E eu nunca entendi o motivo, então aquilo me doeu demais. Aí me explicaram que quem está morrendo, consciente ou inconscientemente, não deseja ver as pessoas mais próximas. Tem algo a ver com morrer na frente de alguém que você ama. E eu torço para que esse tenha sido o motivo, porque eu o amava como um irmão."

A reportagem questiona se Shatner, que fez carreira explorando lugares nunca antes visitados pela humanidade, acredita na vida após a morte. "É uma pergunta difícil", reconhece. "Porque considero a expressão 'vida após a morte' um pouco turva. Depois que morrermos, nosso coração vai continuar batendo? Vamos continuar respirando e pensando? Acho que não."

"Mas temos um espírito, ou como você quiser chamar essa coisa estranha dentro das nossas cabeças, que nos diferencia de todos os outros animais. E eu acho que isso continua. É algo único demais para que se acabe assim. Não acho que a palavra certa seja 'viva', mas acho que nossa energia vai continuar existindo no universo. É nisso que acredito", filosofa.

A maratona de celebração do aniversário de William Shatner começa às 18h40, no canal History, com a exibição de três episódios do terceiro ano da série documental Inexplicável --o capítulo final vai ao ar no sábado que vem (30), e a quarta temporada tem estreia prevista para junho.


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