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Marcos Serra Lima/Netflix
Juliana Paes em cena de Pedaço de Mim, produção mais vista da Netflix mundial
A Netflix acertou em cheio ao investir no melodrama Pedaço de Mim e dar um gostinho de novela brasileira ao seu investimento em séries. Pela segunda semana consecutiva, a atração estrelada por Juliana Paes foi a produção mais vista de todo o streaming. Superou até a quarta temporada de Cobra Kai, um fenômeno da plataforma.
De acordo com dados divulgados pela própria plataforma na tarde desta terça-feira (23), Pedaço de Mim somou 50,9 milhões de horas ao seu saldo no período de 15 a 21 de julho. Bateu por pouco o derivado de Karate Kid, que que registrou 47,5 milhões de horas no mesmo período.
O desempenho acima da média da "série com gostinho de novela" se deve, é claro, à duração da produção --os 17 episódios ultrapassam 13 horas e 30 minutos, enquanto Cobra Kai tem apenas 3 horas e 12 minutos.
Assim, segundo os critérios da Netflix, que passou a contabilizar o número de clientes que assistiu a cada conteúdo completo em vez de priorizar o tempo de consumo, Pedaço de Mim "perdeu" feio para a série gringa: foram 14,8 milhões de contas para os novos episódios de Cobra Kai, contra 3,8 milhões de assinantes que conferiram toda a série brasileira.
A plataforma informou ainda que Pedaço de Mim apareceu no Top 10 semanal de 52 países e territórios diferentes. Mas não conseguiu manter o primeiro lugar em nenhum deles --nem sequer no Brasil, onde caiu para a vice-liderança, ficando atrás da própria Cobra Kai
O novelão segue entre os mais assistidos de países que raramente se rendem à produção brasileira, como África do Sul, Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Israel, Suíça e Quênia.
Tamanho sucesso, obviamente, rende também controvérsias. Na terça passada (16), o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro (Sated-RJ) denunciou a Netflix e a produtora A Fábrica por irregularidades na produção de Pedaço de Mim.
De acordo com a associação, o melodrama estrelado por Juliana Paes inclui atores sem registro profissional e contratos não visados --a lei 6533/78 obriga que o contrato de trabalho seja aprovado pelo sindicato representativo.
"Contratos não visados são ilegais e só recebem atenção quando ocorrem situações trabalhistas trágicas. De que adianta produzir a novela, estrear no streaming, e A Fábrica e a Netflix não respeitarem as leis?", escreveu a associação em publicação com a denúncia no Instagram.
O sindicato não citou nomes, mas também apontou que há atores na produção sem registro profissional. "O Sated-RJ repudia a produtora A Fábrica e a Netflix, que priorizam o lucro a todo preço em detrimento do respeito ao trabalhador da arte, e reafirma seu compromisso em defender os direitos dos artistas", finalizou o órgão.
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