Adeus
Divulgação/CBS
A atriz Julianna Margulies no episódio final de The Good Wife, exibido ontem (8) nos EUA
JOÃO DA PAZ
Publicado em 9/5/2016 - 5h25
[Atenção: Este texto contém spoilers]
Desde 2009, The Good Wife lidou com o azar de ter de dividir a atenção com séries aclamadas, como Mad Men (2007-2015), Breaking Bad (2008-2013) e Game of Thrones. E ontem (8) à noite foi um exemplo emblemático disso: a produção chegou ao fim nos Estados Unidos ofuscada pela ressurreição de Jon Snow (Kit Harington) em Game of Thrones.
A série completou um ciclo e teve um final correto após 156 episódios. Os minutos finais do último capítulo lembraram as primeiras cenas do piloto, há sete anos. Na época, a advogada Alicia Florrick (Julianna Margulies) enfrentou a impressa ao lado do marido e também advogado Peter (Chris Noth), quando ele anunciou que largava o cargo de procurador-geral do condado de Cook, em Chicago _estava envolvido em escândalo de corrupção e tinha casos com prostitutas. Após a entrevista coletiva, nos bastidores, ela deu um tapa no marido.
Não por coincidência, algo parecido aconteceu no episódio final. Também de mãos dadas, Alicia e Peter caminharam até um púlpito e ficaram de frente para jornalistas. A mídia estava aguardando a declaração bombástica de Peter, agora governador do Estado de Illinois. Ele renunciou ao cargo por estar no meio de outro escândalo de corrupção, remetendo ao tempo que era procurador-geral. Assim que o anúncio terminou, Alicia largou Peter no palco, caminhou para um corredor e lá levou um tapa da sócia e colega de profissão Diane Lockhart (Christine Baranski).
Legado
As três melhores temporadas de The Good Wife foram preteridas nas principais premiações da TV. Nos Emmys de 2010 e 2011, nos quais concorreu pela primeira e segunda temporada, Good Wife foi derrotada por Mad Men na disputa de melhor série dramática. Já no Globo de Ouro de 2014, pela quinta temporada, Good Wife foi uma ameaça direta ao favoritismo de Breaking Bad, mas foi derrotada pela trama do professor que vira traficante de drogas.
The Good Wife é considerada a última grande série dramática a ter mais de 20 episódios por temporada. As séries mais badaladas da atualidade adotam o modelo de temporada mais curta, de 10 a 13 capítulos. Ao vencer pela segunda vez seguida a categoria de melhor atriz no Emmy, em 2014, a protagonista Julianna Margulies valorizou e reconheceu o trabalho dos criadores da atração, Robert e Michelle King, aproveitando para cutucar a concorrência:
divulgação/television academy
Julianna Margulies com estatueta do Emmy de 2014, 2ª vitória conquistada por The Good Wife
"Este prêmio dedico a Robert e Michelle King e a todos os roteiristas, que nunca deixam de me surpreender com 22 episódios por ano", disse Juliana em seu discurso da vitória. Ela tem uma real chance de concorrer ao Emmy deste ano, porém terá uma missão difícil para levar a estatueta em uma das categorias mais disputadas do Oscar da TV, brigando com nomes como Viola Davis (How to Get Away With Murder), Robin Wright (House of Cards) e Taraji P. Henson (Empire), a atual vencedora.
A história de The Good Wife termina em uma boa hora, só com um pequeno desgaste nos últimos anos. A saída, em 2014, de Josh Charles, que interpretava o advogado Will Gardner, eterno amante de Alicia, e também a despedida da atriz Archie Panjabi, a investigadora Kalinda Sharma, no ano passado, fizeram com que a trama perdesse um pouco de gás neste último ano, não gerando os bons números de audiência de temporadas anteriores. Sem contar o final, a sétima temporada está com média de 8,21 milhões de telespectadores. É o pior número desde a estreia, bem distante dos 12,17 milhões registrados na temporada passada.
No Brasil, não há previsão de estreia da sétima temporada pelo canal Universal. As seis primeiras estão disponíveis na Netflix.
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