Estreia do Paramount+
Imagnes: Divulgação/Hulu
A atriz Elisabeth Moss, vencedora do Emmy, em imagem da terceira temporada de Handmaid's Tale
JOÃO DA PAZ
Publicado em 13/6/2019 - 5h12
Vencedora do Emmy em 2017, The Handmaid's Tale está por um triz de virar uma nova The Walking Dead. Para evitar andar em círculos como o drama zumbi, a atração distópica armou uma resistência, liderada por criadas e empregadas, contra o opressor regime teocrático de Gilead. A série quer reduzir a exploração repetitiva do terror vivido pelas mulheres.
A terceira temporada de Handmaid's Tale estreia no Brasil neste sábado (15). Diferentemente das temporadas anteriores, a atração chega aos fãs brasileiros com um intervalo menor se comparado ao lançamento em território norte-americano. Os três episódios iniciais vão ao ar apenas dez dias depois da exibição nos EUA. A segunda temporada chegou por aqui quatro meses depois. E a primeira, com quase um ano de atraso.
A nova leva de episódios estreia primeiro para os clientes da Net que assinam o Paramount Channel. Os três episódios entram no Paramount+, serviço de vídeo sob demanda, disponível no Now. Novos capítulos vão estrear sempre aos sábados. Na TV convencional, a terceira temporada será exibida somente no segundo semestre.
The Handmaid's Tale provocou debates com a primeira temporada, a que venceu o Emmy, por mostrar o que pode acontecer quando um regime teocrático de governo toma conta de um país. Assim é Gilead, lugar onde mulheres são escravas sexuais, sofrem abusos extremos, vivem isoladas e são a escória da sociedade.
No segundo ano, a série avançou um pouquinho na história, principalmente por dar mais destaque a Serena Joy (Yvonne Strahovski), uma das idealizadoras de Gilead e integrante da classe chamada de Esposa. Senhora de June/Offred (Elisabeth Moss), Serena pensa que é uma mulher forte e vital para o governo, mas vive sob o jugo do marido.
Mesmo em uma posição de subordinação, June provocava Serena constantemente, tentando alertá-la sobre a crueldade de Gilead contra as mulheres. Serena sentia as cutucadas porque sua "filha" estava para nascer (June foi quem concebeu a criança).
Para a terceira temporada, o criador da série, Bruce Miller, prometeu diminuir o teor violento e dar à sua protagonista mais vitórias. June entregou a bebê para a amiga Emily (Alexis Bledel), que partiu rumo ao Canadá, país no qual a população é livre. June ficou em Gilead para participar de uma resistência e armar protestos.
Essa novidade da trama é o sopro de esperança para Handmaid's Tale não ficar enfadonha, apenas se escorando nas arbitrariedades contra as mulheres em Gilead.
Colocar as criadas e empregadas domésticas, que antes de Gilead eram advogadas, jornalistas e engenheiras, na frente dessa resistência é uma ótima sacada. É uma medida necessária para chacoalhar a série, tirá-la da mesmice e apresentar elementos que não afugentam o público.
Indicada ao Emmy, Yvonne Strahovski ganha mais importância no retorno de Handmaid's Tale
Serena é uma personagem para o público ficar de olho na volta de Handmaid's Tale. Se a resistência das criadas, com participação crucial de June, almeja minar os homens de Gilead e todo o governo, Serena simboliza uma possível mudança que vem de dentro. Ela é integrante da classe de mulheres do alto da pirâmide de Gilead.
Durante o começo da terceira temporada, Serena cai na real, após perceber que sua "filha" terá uma vida melhor no Canadá do que em Gilead. Ela quer ser senhora das próprias escolhas e não viver sob as regras do marido, o comandante Fred Waterford (Joseph Fiennes), por quem ela nutre ódio. Além de sofrer agressões que deixaram marcas no seu corpo, Serena teve parte do dedo amputado por ler e desobedecer o marido.
A jornada de Serena nesta temporada é tão interessante quanto a de June, a protagonista. E Yvonne Strahvoski mostrou que tem capacidade de liderar parte da trama, ao ser indicada ao Emmy pela segunda temporada. Agora, a atriz tem a oportunidade de brilhar ainda mais, devido ao papel decisivo de sua personagem.
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